ATA DA SEXAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 10-8-2001.

 


Aos dez dias do mês de agosto do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Raul Carrion e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Valdir Caetano e Cláudio Sebenelo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Qüinquagésima Oitava Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Qüinquagésima Sétima Sessão Ordinária, deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 017/01 (Processo nº 3123/01); pelo Vereador Beto Moesch, o Projeto de Lei do Legislativo nº 209/01 (Processo nº 3069/01); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Informações nº 142/01 (Processo nº 3196/01); pelo Vereador Fernando Záchia, o Pedido de Informações nº 131/01 (Processo nº 3090/01); pelo Vereador Haroldo de Souza, 06 Pedidos de Providências e as Indicações nºs 023 e 024/01 (Processos nºs 3192 e 3193/01, respectivamente); pelo Vereador Humberto Goulart, os Pedidos de Informações nºs 133, 134, 135, 136, 137, 138 e 139/01 (Processos nºs 3108, 3109, 3110, 3111, 3112, 3113 e 3114/01, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 217/01 (Processo nº 3140/01). Também, foi apregoado o Ofício nº 425/01 (Processo nº 3183/01), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando cópia do Processo Administrativo nº 08.035905.01.8, que trata da revisão tarifária dos táxis de Porto Alegre, bem como o Decreto nº 13317/01. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 10118146, 10118049, 10137057, 10137044, 10137038, 10137034, 10137021, 10114742, 10114692, 10114708, 10137040, 10140020, 10117227, 10122802, 10136755, 10128671, 10113954, 10119789, 10142248, 10142968, 10137164, 10114680, 10132456, 10125869 e 10121437/01, do Senhor Barjas Negri, Secretário-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi apregoado Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Antonio Augusto Bernd, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Após, por solicitação do Vereador João Carlos Nedel, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Jorge Luiz Zin, funcionário deste Legislativo, falecido no dia oito de agosto do corrente. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Amir José dos Santos, Artur Pereira e Ernesto Ordovás, respectivamente Diretor e representantes do Hospital Parque Belém, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Amir José dos Santos, que discorreu sobre a trajetória histórica do Hospital Parque Belém, ressaltando as diversas especialidades médicas disponibilizadas à população por essa instituição. Ainda, referiu-se à necessidade de inclusão, no Plano Plurianual do Município, de recursos financeiros que possibilitem a conclusão das obras de adequação dessa entidade como sede das futuras instalações do hospital de Pronto Socorro da Zona Sul. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Cláudio Sebenelo, Humberto Goulart, Cassiá Carpes, Sebastião Melo, João Carlos Nedel, Aldacir Oliboni, Valdir Caetano e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Saulo Sirena e de integrantes da Fundação Solidariedade, executora do Projeto Qualificar - RS, presentes a este Legislativo para participar do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Às nove horas e cinqüenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez horas e dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do septuagésimo aniversário do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPE, nos termos do Requerimento nº 162/01 (Processo nº 2507/01), de autoria do Vereador Antonio Augusto Bernd. Compuseram a Mesa: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Luiz Henrique Mota, João Queiroz e Eva Lago Pinto, respectivamente Presidente, Diretor Financeiro e Presidenta do Conselho Deliberativo do IPE. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Antonio Augusto Bernd, parabenizando os setenta anos de fundação do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPE, lembrou fatos pertinentes às transformações históricas vivenciadas pela entidade durante esse período. Também, discursou sobre a importância da manutenção dos convênios médico-hospitalares oferecidos aos servidores públicos estaduais, através do referido instituto. O Vereador Cláudio Sebenelo, homenageou o transcurso dos setenta anos do IPE, chamando a atenção deste Legislativo para a qualidade dos serviços prestados por essa entidade e enfatizando que o mesmo representa um exemplo de assistência médica e previdenciária para o País. Também, cumprimentou o Senhor Luiz Henrique Mota, pelas diretrizes administrativas implantadas por Sua Senhoria, como atual Presidente dessa instituição. O Vereador Marcelo Danéris, saudando o IPE pela passagem de seu septuagésimo aniversário, traçou um comparativo entre as ações desenvolvidas pelo Executivo Estadual, na gestão do ex-Governador Antonio Britto, e o modelo adotado pelo atual Governo do Estado, no que tange à implementação de medidas para viabilizar o equilíbrio financeiro dessa entidade. Ainda, manifestou-se contrariamente às políticas sócioeconômicas vigentes no País. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Luiz Henrique Mota, que agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo, alusiva aos setenta anos de fundação do IPE. Às dez horas e trinta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson apoiou a implantação de um Pronto Socorro na Zonal Sul da Cidade, através da utilização da estrutura já existente no Hospital Parque Belém. Também, enalteceu os setenta anos de existência do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPE e aludiu ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/01, que dispõe sobre as regras de transição do regime previdenciário do Município. O Vereador Haroldo de Souza teceu considerações acerca das proposições apresentadas por Sua Excelência durante a Legislatura corrente, criticando a postura adotada pelo Executivo Municipal, relativamente ao encaminhamento dado a essas questões. Ainda, defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB - e pronunciou-se sobre o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/01. A Vereadora Helena Bonumá questionou o posicionamento da impressa, no que se refere à forma como são veiculadas notícias sobre a questão do consumo de alimentos transgênicos, e manifestou-se favoravelmente à postura da Organização das Nações Unidas - ONU, em relação à clonagem de seres humanos. Nesse sentido, criticou o Governo Federal pela liberação da utilização de soja transgênica na alimentação humana industrializada. O Vereador Humberto Goulart aludiu à participação de Sua Excelência, em reunião com o Senhor Joaquim Kliemann, Secretário Municipal da Saúde, externando sua satisfação pelas medidas tomadas por essa Secretaria, no que tange à designação de um gestor para avaliar a situação do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas. Ainda, apoiou iniciativa do Executivo Municipal, que prevê a ampliação dos serviços de marcação de consultas nos postos de saúde municipais. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e das professoras Jussara Pereira, Kátia Montenegro, Ione Schimidt e Cleonice Facioli, da Escola Estadual de Ensino Médio Oscar Pereira, informando que Suas Senhorias comparecem a este Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib avaliou os Ofícios constantes do Expediente da presente Sessão, os quais foram encaminhados pelo Ministério da Saúde, comunicando a liberação de recursos financeiros para o Município de Porto Alegre. Ainda, teceu críticas ao Executivo Municipal, relativamente à ausência de medidas que solucionem os problemas de alagamentos verificados nos Bairros São João e São Geraldo. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn, foi realizado um minutos de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Jorge Balazs e demais vítimas do atentado terrorista ocorrido em Jerusalém, falecidos no dia de ontem. Após, o Senhor Presidente convocou o Colégio de Líderes para reunião com a Mesa Diretora, a ser realizada a seguir, no Salão Nobre da Presidência. Às onze horas e onze minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às doze horas e um minuto, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 056/99, este discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e João Antonio Dib, 184, 187 e 193/01, o Projeto de Lei do Executivo nº 017/01, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e João Antonio Dib; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 016/01, o Projeto de Lei do Legislativo nº 204/01; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 178 e 180/01, o Projeto de Resolução nº 065/01. Também, o Vereador Antonio Augusto Bernd manifestou-se no período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion analisou a situação de moradores do Loteamento Parque dos Maias e comentou reunião realizada pela Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, com a finalidade de equacionar os problemas de alagamentos enfrentados por ocupantes dos loteamentos Túnel Verde I e II. Ainda, comunicou a realização, nos dias vinte e seis e vinte e sete de agosto do corrente, neste Legislativo, do Seminário “Reforma Urbana e Habitação”. Na ocasião, foi apregoado Requerimento da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado o Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Na oportunidade, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e José Valdir em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Sofia Cavedon. Também, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Suplentes Berna Menezes e Juberlei Bacelo, informando seus impedimentos em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Sofia Cavedon. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Augusto Bernd externou sua contrariedade pelas considerações feitas pelo Vereador Marcelo Danéris durante o pronunciamento efetuado por Sua Excelência no período de Comunicações, hoje destinado a assinalar o transcurso do Septuagésimo aniversário do Instituto de Previdência do Estado - IPE, e repudiou a postura do Executivo Estadual, no que concerne ao repasse de verbas para a referida instituição. O Vereador Antonio Hohlfeldt reprovou o posicionamento da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC, no que tange à demissão do Senhor Fernando Lindner, responsável pela área de trânsito da Capital, e da Senhora Laura Emília Nunes, Assessora Jurídica dessa entidade, aludindo a Requerimento a ser encaminhado por Sua Excelência, solicitando o comparecimento do Senhor Secretário Municipal dos Transportes a este Legislativo, para tratar desse assunto. O Vereador Valdir Caetano teceu considerações a respeito das condições de segurança existentes no Estado, especialmente em Porto Alegre, relatando que tem sido questionado a respeito do assunto por moradores e comerciantes da Cidade e propugnando por providências por parte da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança, no sentido de que sejam tomadas medidas urgentes para diminuir os índices de criminalidade no Estado. O Vereador Marcelo Danéris, reportando-se ao pronunciamento feito pelo Vereador Antonio Augusto Bernd, em relação ao IPE, criticou as políticas públicas implementadas pelo ex-Governador Antonio Brito, particularmente no aspecto das privatizações. Também, discorreu favoravelmente sobre os projetos da atual Administração Estadual, que, no entender de Sua Excelência, tem a preocupação de preservar o patrimônio público do Rio Grande do Sul. O Vereador João Antonio Dib, mencionando acordo feito entre as Bancadas da Casa, com a finalidade de votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/01, manifestou-se sobre o desenvolvimento dos trabalhos da presente Sessão. Nesse sentido, citou o artigo 229 do Regimento, que trata das Comunicações de Líder, alegando que esse período tem sido usado de maneira inadequada pelos Líderes de Bancadas desta Casa. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Deputado Federal Tilden Santiago, do Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais. Também, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro, acerca do artigo 19, inciso I, alínea "o", do Regimento, que refere-se à competência do Senhor Presidente para decidir sobre Questões de Ordem formuladas pelos Senhores Vereadores, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o assunto, tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se a respeito da matéria. Ainda, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente solicitado que o referido Requerimento fosse formalizado por escrito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz contraditou discurso feito pelo Vereador Marcelo Danéris, no que se refere à participação do atual Governo do Estado nos investimentos destinados ao setor energético no Rio Grande do Sul e contestou as diretrizes administrativas desenvolvidas no IPE. Ainda, contrapôs-se à posição adotada pelo Partido dos Trabalhadores desta Casa, quanto à votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/01. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal da Vereadora Helena Bonumá, aditado pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Projeto de Decreto Legislativo nº 008/01 (Processo nº 3185/01), por quatorze votos SIM e quinze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, João Antonio Dib, Antonio Hohlfeldt, Estilac Xavier, Nereu D'Avila, Raul Carrion e Antonio Augusto Bernd, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Estilac Xavier, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, José Fortunati, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Valdir Caetano e João Batista Pirulito e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Antônio Augusto Bernd e Cláudio Sebenelo. Na ocasião, o Senhor Presidente convocou reunião, a ser realizada a seguir, entre o Colégio de Líderes e a Mesa Diretora. Às treze horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às treze horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Vereador Estilac Xavier formulou Requerimento verbal, solicitando renovação de votação para o Projeto de Decreto Legislativo nº 008/01. Após, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando Licença para Tratar de Assuntos Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente, face manifestação do Vereador Nereu D'Avila, prestado esclarecimentos acerca do referido Requerimento. Foi aprovado o Requerimento nº 195/01 (Processo nº 3150/01 - Moção de Repúdio ao Projeto de Lei nº 053/01, em tramitação na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, que institucionaliza a remuneração dos depósitos judiciais em favor do Poder Judiciário e do Poder Executivo), de autoria do Vereador Sebastião Melo, por quatorze votos SIM e dez votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Sebastião Melo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Fernando Záchia, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Antônio Augusto Bernd e Cláudio Sebenelo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Estilac Xavier, Helena Bonumá, José Fortunati, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei e João Batista Pirulito. Na ocasião, o Vereador Antonio Hohlfeldt comunicou o horário e local de saída da Comissão de Vereadores que irá visitar o Abrigo Municipal Ingá Brita, no dia de hoje, tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se sobre o assunto. Também, o Senhor Presidente, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Estilac Xavier, prestou esclarecimentos acerca do horário de encerramento da presente Sessão. Às quatorze horas, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às quinze horas e treze minutos, constatada a existência de quórum. Às quinze horas e quatorze minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Carlos Alberto Garcia e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Ordinária.

Requerimento de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de licença da Ver.ª Clênia Maranhão, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, faleceu anteontem e foi enterrado ontem, o funcionário concursado desta Casa, lotado no Setor de Imprensa, Jorge Luiz Zin. Em sua memória, eu requeiro que façamos um minuto de silêncio.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Estamos recebendo a entidade Sanatório Belém - Hospital Parque Belém. Teremos como assunto a instalação, nas dependências do Hospital, do Pronto Socorro da Zona Sul.

Convidamos para compor a Mesa o Dr. Amir José dos Santos, Diretor do Hospital Parque Belém; o Dr. Artur Pereira, Diretor Médico, e o Dr. Ernesto Ordovás, Consultor Administrativo.

O Dr. Amir José dos Santos, representando o Hospital Parque Belém, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. AMIR JOSÉ DOS SANTOS: Inicialmente, eu gostaria de agradecer esta preciosa oportunidade que nos concede a Câmara de Vereadores, agradecer a sensibilidade dos Senhores Vereadores em permitir que aqui trouxéssemos um Projeto, que hoje, é um clamor social, que certamente atende a necessidade de uma grande população da Zona Sul do Município e também da Região Metropolitana. Nós pensamos que é importante considerar alguns aspectos históricos da nossa instituição, tendo em vista que a história é importante para examinar o presente e para que se possa planejar o futuro. Do ponto de vista histórico, o Sanatório Belém foi criado em 1934, quando então era Presidente Getúlio Vargas, e foi com verbas federais, doações sociais e por intermédio de um projeto importado dos Estados Unidos que se construiu na época o Sanatório Belém, e que passou a funcionar em 1940, sendo que foi considerado, na época, um dos cinco hospitais-modelo para tratamento de doenças pulmonares do Brasil, e assim permaneceu tratando doenças pulmonares e tuberculose até 1975, quando se transformou em hospital geral.

Em 1986, foi o primeiro hospital, em Porto Alegre, a assinar o convênio filantrópico, tendo em vista a sua característica de atender uma grande demanda de pacientes do Sistema Único de Saúde, e aí conseguiu aportes e recursos para constituir um equipamento de alta qualificação. É importante também frisar a disponibilidade do Sanatório Belém. O Sanatório Belém dispõem de uma área de aproximadamente 150 hectares de terra, que circundam o hospital, possui, aproximadamente, 13.000 metros quadrados de área construída, que constituem 6 blocos com 3 pavimentos.

Ainda é constituído por uma UTI considerada de grau 2, numa complexidade de 1 a 3, com 20 leitos; possui 200 leitos ativos, atualmente, e ainda com áreas disponíveis a serem desenvolvidas. Possui 5 salas de cirurgia com material altamente qualificado, ou seja, microscopia, bisturi laser, onde se realizam cirurgias da alta complexidade e também cirurgias emergenciais. Ainda fazem parte da estrutura do Hospital Belém especialidades como a neurocirurgia, que atende a alta complexidade, de grau máximo, ou seja, uma complexidade que é graduada de 1 a 3; traumatologia e ortopedia, que permite o atendimento também de alta complexidade, tendo a credencial de SIPAC, para realizar esses procedimentos; cirurgia bucofacial, cirurgia vascular, cirurgia plástica, clínica geral, ainda tem um credenciamento para transplantes renais e um credenciamento para extração de órgãos para transplante de órgãos. Ainda possui uma área destinada ao tratamento de dependentes químicos, tendo sido o hospital um dos pioneiros nessa área.

Desde 1990, o hospital vem fazendo tratativas no sentido de desenvolver a cultura e o desenvolvimento de atividade universitária, tendo em vista a importância dessa área para otimizar e qualificar o seu atendimento. Nessa época, o hospital já fazia contatos com universidades como a ULBRA, com a PUC, com a UFRGS. Atualmente, o hospital dispõe de um convênio com o IPA e o IMEC, proporcionando ao IPA e ao IMEC a utilização de campo de estágio, sendo que essas faculdades ocupam uma unidade dentro do hospital, onde são realizadas atividades teóricas e atividades práticas no hospital. Existe, hoje, um estudo de ampliação dessa relação universitária com o IPA e o IMEC com o objetivo de que se possa lá criar, futuramente, um grande núcleo universitário. Além do mais, hoje, o hospital possui um convênio com a Fundação Universitária Mário Martins que atende, também, unidade de psiquiatria.

É importante também salientar que hoje o Parque Belém é um dos oito hospitais que integram o INTEGRASUS, que é um sistema de gestão de atendimento em saúde no Estado. Por outro lado, cabe lembrar que, em 1997, o hospital, preocupado com o seu destino e com o atendimento de saúde no nosso Município e no nosso Estado, contratou a FUNDATEC para definir os seus rumos e as suas idealizações. Uma das conclusões que se chegou, na época, é a de que era extremamente oportuno que o hospital passasse, também, no seu atendimento, a abranger um dos grandes problemas de saúde da nossa comunidade, que é o atendimento emergencial, tendo em vista uma demanda reprimida de pacientes que se acumulam, hoje, nas unidades de emergência. Para isso se fez um estudo regional do atendimento de emergência em Porto Alegre.

Nós temos, na Zona Norte de Porto Alegre, o Grupo Hospitalar Conceição. Temos, no Centro de Porto Alegre, o Hospital Pronto Socorro, o Hospital das Clínicas, na região Centro-Oeste, temos a Santa Casa e, na Zona Leste, o Hospital da PUC. Obviamente, são hospitais que atendem emergência com resultados satisfatórios. Então fica um grande hiato dentro do Município que é a Zona Sul que tem uma abrangência de mais de 300 mil habitantes. E assim pensando desenvolvemos, então, conjuntamente, um projeto de realização do Pronto Socorro Zona Sul que, hoje, é composto da ajuda dos Governos Federal, Estadual e Municipal, cuja obra já se encontra em estágio avançado de andamento. Parte desta obra já está sendo cumprida por intermédio do REFORSUS e, também, a parte que compõe e que depende do próprio Hospital. A reivindicação que nós trazemos, aqui, para que haja essa oficialização, é a de que se inclua, no Orçamento de 2002, verbas suficientes para que se possa manter essa estrutura tão desejada, tendo em vista que nós já sabemos que existe a aprovação dentro do Orçamento Plurianual para que isso seja incluído nas realizações do Município.

Obviamente, ainda nos resta a seqüência de execução dessa obra, que estará na dependência da verba do Orçamento Participativo do Município, que já foi aprovado em 1999 e do Orçamento do Estado, que foi aprovado no ano de 2000.

Certamente nós sabemos que isso irá satisfazer às necessidades do Município e isso irá representar uma economia ao Governo, tendo em vista a demanda reprimida e o acúmulo de pacientes nos outros hospitais que atendem a emergência, porque isso representa a descentralização do atendimento. E, conseqüentemente, isso representa uma diminuição de custos, porque haverá uma otimização do atendimento.

Essa verba deverá submeter-se também ao Conselho de Fiscalização que faz parte da nossa idéia de aprovação.

Eu quero, novamente, agradecer esses preciosos minutos que nos foram concedidos, agradecer a sensibilidade dos Srs. Vereadores, de poder estar aqui, reforçando essa idéia. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, queremos registrar, com grande alegria, a presença de três profissionais que, além de fazerem parte do meu coração, como trabalhador e admirador da obra magnífica do antigo Sanatório Belém, hoje Hospital Parque Belém, o Dr. Ordovás, o Dr. Pereira e o Dr. Amir. Conhecemo-nos, porque trabalhos juntos e dentro de um sistema tão difícil, no momento em que o Governo do Estado cria um órgão, o Conselho Gestor Deliberativo e Fiscalizador de uma instituição, como o Hospital Parque Belém, que sobrevive apenas a custa da teimosia do seu corpo clínico e de seus funcionários, no momento em que o Estado consegue devolver verbas federais pela insuficiência de seus canais burocráticos, verbas destinadas à emergência e à urgência, um convênio de 6 bilhões. O Dr. Amir dos Santos faz essa explanação de esperança e de confiança, principalmente, de reencontro com a comunidade da Zona Sul, quando inúmeras vezes a sua exposição é ilustrada por tragédias, por insuficiências que um hospital de emergência na Zona Sul, talvez, resolveria se o nosso sistema fosse um pouco mais completo. Nós temos dificuldades nos setores primário, secundário e terciário.

Como temos uma diminuição do número de leitos e atendimento hospitalar em Porto Alegre, a visita de vocês, hoje, para nós e para a população de Porto Alegre, é uma esperança, mais do que isso, é a crença de que, talvez um dia, Porto Alegre tenha uma política municipal de saúde contemplando a Zona Sul com um pronto-socorro municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Humberto Goulart está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HUMBERTO GOULART: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Diretor Amir José, Dr. Artur Pereira e Dr. Ernesto Ordovás, a reflexão que farei é fruto de uma preocupação de alguns Vereadores, em especial do meu querido Ver. Sebastião Melo, do Ver. Aldacir Oliboni, deste Vereador e, muito especialmente da minha Bancada, o Ver. Ervino Besson. Participo que as verbas pensadas no Plurianual e, agora, na LDO partem de nossa iniciativa, de nossos Projetos, para que se ratifique a colocação desse recurso para essa necessidade imperiosa. O trauma passa a ser uma doença, epidemiologicamente considerada, e isso começa acontecer quando a urbanização começa a crescer e com a violência de arrasto, passa a ser a causa externa, que é motivo de atendimentos no Hospital de Pronto Socorro, como a quarta causa de morte de mulher em idade reprodutiva. Também, aqui, denuncio a violência contra o gênero feminino.

Fui visitar o complexo que ali se está erguendo e pensei que ele estivesse em vias de instalação, mas agora vejo que não, porque me dizia o gestor daquele Hospital, naquela época, que só faltavam algumas verbas designadas pelo Orçamento Participativo e designadas pelo Estado. Então, a nossa preocupação única tem que ser de dar um empurrão na vontade política para que isso se instale. Esta Cidade com um milhão e trezentos mil habitantes e atendendo a região metropolitana violenta como é - Cachoeirinha, Alvorada - e outras cidades ao redor, também violentas, requer na Zona Sul, de imediato, vontade política para resolver o problema. E nós, Vereadores, não podemos deixar isso de lado, vontade política. Não podem voltar verbas para o centro do País, que se coloque essa verba para salvar quem precisa quando se encontra frente a uma situação de urgência ou de trauma. É necessário vontade política, vontade política e vontade política. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, Sr. Amir José dos Santos, Diretor, queira receber a nossa solidariedade. Estive, há um mês vendo as instalações desse Pronto Socorro, que está em andamento muito forte. Vai ficar muito bonito para aquela região, e quero dizer que, realmente, o nosso Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, está dando a colaboração, inclusive, fiz uma solicitação de ampliação de alguns horários da lotação Glória, para que ela chegue até ali - é uma reivindicação dos funcionários - para facilitar a chegada a este Sanatório que é tão importante para a Zona Sul, na qual eu também moro. Portanto contem com a nossa colaboração. Tenho a impressão e recentemente, aqui, há alguns minutos o Ver. Aldacir Oliboni estava me mostrando, que existe esta participação do Hospital no Orçamento Participativo. Eu entendo que é uma reivindicação justa e que tem que ser mais breve, mais rápida para solucionar o problema. Então vamos torcer para que tudo dê certo. A nossa Bancada está solidária a essa iniciativa, que vem ao encontro daqueles que necessitam da saúde para que possam, no seu dia a dia, enfrentar essa realidade, que é o problema da saúde no Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, Sr. Amir José dos Santos, Diretor, e demais diretores do Hospital Parque Belém, esta é uma matéria recorrente, porque – eu falava, antes da Sessão com um dos diretores - eu milito na política desde o início da década de 80, quando então era Prefeito o nosso querido Ver. João Antonio Dib, e lembro que um dos pontos de proa da campanha de 1985 dos candidatos Alceu Collares e Carrion Júnior, que polarizaram aquela eleição, era o Pronto Socorro da Zona Sul. De lá para cá, não teve uma eleição que esse assunto não estivesse incluído nos programas dos governos municipais. Mas, na verdade, o discurso não tem casado com a prática, porque o discurso da campanha é o de implantação do Pronto Socorro da Zona Sul.

E por que um Pronto Socorro na Zona Sul? Porque abrange uma região que inclui Bairros como o Lami, Ponta Grossa, Cantagalo, Belém Novo, onde inúmeros acidentes acontecem semanalmente, e pessoas têm suas vidas ceifadas por falta de imediato atendimento médico. Antigamente se discutia a possibilidade de ser ou o Hospital Vila Nova ou o Hospital Parque Belém e, hoje, está concentrado no Parque Belém, com melhor estrutura. É evidente que não se pensa numa tecnologia de ponta, onde os investimentos são pesados para fazer como o Pronto Socorro Central, mas se quer um Pronto Socorro que atenda às necessidades mínimas.

Agora, é preciso sublinhar, quando esta matéria vem à tona - que é uma matéria coletiva, de muitos Vereadores desta Casa - que o sistema republicano estabeleceu competência. A Câmara de Vereadores está fazendo o seu papel: vai votar, está discutindo, mas o gestor, aquele que tem recebido o voto popular para gestar a Cidade, infelizmente, não tem traduzido na prática, o discurso. Ou seja, esta matéria foi matéria dos governos Olívio Dutra, Tarso Genro, Raul Pont, e agora volta a ser matéria do governo Tarso Genro. Espero que o Sr. Tarso Genro, amadurecido, que avançou em muitas coisas que não fez no primeiro mandato, possa agora traduzir o discurso na prática. Com certeza, esta Câmara não faltará, mas isso é competência do Executivo, que tem o dinheiro. Aliás, dinheiro é o que não falta para a Prefeitura, porque eu vejo no Diário Oficial do dia 7, o valor de 178 milhões de reais depositado em conta corrente de aplicação financeira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, quero, em nome dos Vereadores João Antonio Dib, Beto Moesch e Pedro Américo Leal, Presidente da Comissão de Saúde desta Casa, cumprimentar o Dr. Amir José dos Santos e sua equipe do Hospital, pela sua presença aqui, e pelos seus imensos esforços que vêm desenvolvendo em prol da saúde em Porto Alegre. Da recuperação e fortalecimento daquela instituição hospitalar que orgulha a nossa Capital.

Bem sabemos dos reflexos causados pelos problemas que a saúde enfrenta em Porto Alegre. Quero expressar este agradecimento especial em nome do Ver. Pedro Américo Leal, nosso Presidente da Comissão de Saúde.

Quero também cumprimentar a sua equipe, pelos esforços que vem desenvolvendo para a implementação do Pronto Socorro da Zona Sul, obra tão prometida pelo nosso Governo Municipal, e que não é concretizada. Não fora os esforços da sua equipe, da Comissão de Saúde desta Casa, e especialmente do Ver. Sebastião Melo, esta obra ainda não teria iniciado. Graças a esses esforços, especialmente da sua equipe, esta obra vai ser concretizada, para a satisfação dos nossos contribuintes, dos nossos munícipes, que tanto necessitam de saúde. Parabéns, ao Dr. Amir e à sua equipe. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Srs. Diretores do Hospital Parque Belém, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores queremos saudar a iniciativa, não só de divulgar os serviços que lá são prestados, como também o grande empreendimento que está sendo feito na Zona Sul e deixar, aqui, alguns esclarecimentos, que são de extrema importância para todos nós.

O Governo do Estado do Rio Grande do Sul já disponibilizou parte da verba, por meio do Orçamento Participativo, para contribuir na construção desse Pronto Socorro.

O Governo Municipal de Porto Alegre, que também teve como pauta de campanha e agora se afirma com o Governo de Joaquim Kliemann, Secretário Municipal da Saúde, não só tem interesse de contribuir com esse empreendimento, mas também disponibilizou esses recursos aprovados no Orçamento Participativo Municipal. Existem outras iniciativas desta Câmara, que é um PLL apresentado por este Vereador e uma Emenda Popular do Extremo Sul, que viabiliza, de fato, esse convênio do Hospital com o Município.

Nós achamos que todas essas iniciativas vão dar o aporte necessário, o aporte financeiro que essa instituição precisa, assim como as demais instituições também necessitam: o Hospital Pronto Socorro, o Cristo Redentor, o Hospital de Clínicas e o Hospital da PUC.

Achamos de extrema importância que a comunidade daquela região também tenha atendimento médico, não só com todas as especialidades, mas uma conquista recente, como o próprio Diretor nos falou, com relação aos transplantes de rins.

Na medida em que essas instituições começam a demonstrar que, de fato, querem radicalizar e, ao mesmo tempo, sanar o problema da saúde em Porto Alegre, podem ter a certeza de que o Governo Municipal estará sensível para contribuir com esses empreendimentos que vêm ajudar, e muito, a resolver os problemas sociais de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do Partido Liberal, quero saudar a presença do Sr. Amir José dos Santos, Diretor do Hospital Parque Belém, e dos demais senhores presentes. Quero parabenizá-los pela iniciativa e dizer que essa reivindicação da Zona Sul, a de um Pronto Socorro, é uma reivindicação já de algum tempo, esperamos que possa ser atendida e os nossos votos são para que haja todas as condições para que essa obra belíssima seja concluída, uma obra que só vem beneficiar a Zona Sul de Porto Alegre.

Quero aproveitar e colocar um fato, que chegou ao meu conhecimento, ligado à área de saúde, o fato de que Porto Alegre é a Cidade em primeiro lugar em doação de órgãos e a segunda em transplantes, isso em todo o nosso Brasil.

Nós ficamos felizes por saber que Porto Alegre está bem na área da saúde. Nós sabemos que há muita coisa a ser feita, mas o trabalho está sendo realizado. Mais uma vez, parabéns à equipe do Hospital Parque Belém. É um prazer recebê-los nesta Casa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, em nome da Bancada do PC do B, nossa saudação ao Sr. Amir José dos Santos. Saudando-o, eu saúdo os demais companheiros presentes, parabenizando-os pelo excelente trabalho que o Hospital Parque Belém realiza na nossa Cidade.

A Bancada do PC do B compreende que, pelas particularidades da Região Sul – a distância, a dispersão – é indispensável, nessa Região, um atendimento de emergência de alta qualidade, com alta resolutividade. Nesse sentido, entendemos que o Hospital Parque Belém teria a estrutura mais adequada para dar esse atendimento, para receber esses equipamentos.

Somos companheiros e parceiros para isso. Inclusive, solicitamos para a Bancada do PC do B os estudos e projetos já em andamento, aos quais o Sr. Amir José dos Santos se referiu, para que possamos contribuir, com mais profundidade, com sugestões e encaminhamentos. Um grande abraço, e a nossa parceria está firmada. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos registrar a Visita Orientada, coordenada pelo Sr. Paulo Sirena, visitam-nos quarenta pessoas integrantes da Fundação Solidariedade, executora do Projeto Qualificar/RS. Suas presenças fazem parte do Projeto Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Sejam bem-vindos.

Queremos dizer ao Dr. Amir José dos Santos, ao Dr. Artur Pereira e ao Dr. Ernesto Ordovás, que, hoje, ouvimos todas as Bancadas com presença nesta Casa. Todas são unânimes em exigir o atendimento de urgência de que necessita a Zona Sul da Cidade de Porto Alegre. No Hospital Parque Belém, que tem uma média de 30 mil atendimentos/mês, não temos dúvida, em breve será implantado o Hospital de Pronto Socorro da Zona Sul.

O Ver. Aldacir Oliboni já falou da Emenda Popular ao Projeto Plurianual, já aprovada. Encontra-se na Casa uma Emenda Popular, também, para a Lei de Diretrizes Orçamentárias e temos a certeza de que, a partir do próximo ano, esse aporte financeiro tão necessário para a implantação, efetiva e concreta desse Projeto, tão sonhado pelos moradores da Zona Sul em breve será concretizado.

Portanto, Dr. Amir, leve em nome dos trinta e três Vereadores nossa solidariedade que é o apoio da Cidade de Porto Alegre. Vamos suspender os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h59min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 10h02min): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje o período de Comunicações é destinado a assinalar o transcurso do 70º aniversário do Instituto de Previdência do Estado - IPE, nos termos do Requerimento nº 162/01, de autoria do Ver. Antonio Augusto Bernd.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Presidente do IPE, Dr. Luiz Henrique Mota; o Diretor Financeiro, Dr. João Queiroz, e a Presidenta do Conselho Deliberativo, Sr.ª Eva Lago Pinto.

O Ver. Antonio Augusto Bernd está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Gostaria de, preliminarmente, agradecer a esta Casa por acolher a nossa proposição de homenagear os 70 anos do IPE, que foi criado, através do Decreto nº 4.842, pelo então General Flores da Cunha, no dia 08 de agosto de 1931. Esta entidade, autarquia, criada com o objetivo de prestar assistência previdenciária e assistência médica, nos primeiros quarenta anos restringiu-se à área da previdência, mas com alguma área assistencial, como assistência farmacêutica, assistência financeira, através de empréstimos pessoais, para custear, inclusive, o estudo, tratamento odontológico e tratamento médico.

A partir de 1971, através do então Presidente Marcelo Tostes, foi iniciada a concepção de uma assistência médica diferenciada aos servidores públicos estaduais. Esse atendimento, que desde então vem sendo modelo em nível nacional, porque dá aos servidores públicos, seus dependentes e pensionistas um atendimento diferenciado: o médico atendendo no consultório. Todos os servidores e dependentes são atendidos em hospitais com uma cobertura integral, efetiva, diferente dos planos de saúde da área privada, que possui limitações no seu atendimento. Daí a importância do IPE como instituição.

Faço minha homenagem ao SINAPERS, pela representação, aqui, presente. Nós, servidores do IPE, especialmente os porto-alegrenses, e o Rio Grande como um todo, lutamos pela sua manutenção, porque não é importante só aos servidores públicos, pensionistas e seus dependentes, mas também à população em geral do Rio Grande do Sul. Se nós temos aqui no Rio Grande do Sul, em nível de País, uma das melhores qualidades de vida, uma das responsabilidades é do IPE, porque é o IPE que dá a sustentação para a manutenção também da assistência à Saúde prestada pelo Poder Público. Muitos hospitais do Estado do Rio Grande do Sul só podem atender pelo SUS, porque há o IPE. Há, pelo grande volume de atendimento, valores que dão sustentação financeira a esses hospitais.

Então, o IPE extrapola a questão do Funcionalismo Público Estadual e atende às necessidades da população em geral. Nós nos sentimos honrados de estarmos tendo essa iniciativa, como servidor público que somos há mais de 30 anos, e como servidor do IPE, tendo passado inclusive pelas funções de Diretor de Previdência, Diretor Financeiro, e, inclusive Presidente do IPE. E a nossa luta é pela sua manutenção, Sr. Presidente, e temos convicção de que V. Ex.ª e a sua equipe darão, ainda, por muitos e muitos anos, a sustentação para que essa autarquia continue com os seus propósitos.

Nós também temos convicção de que a legislação, que hoje está vigendo, dá plena sustentação financeira para cumprir com seus objetivos previdenciários e de assistência médica. "Defenda essa história, lute pelo seu futuro. IPE 70 anos."

Parabéns Presidente, parabéns a toda a diretoria, a todos os servidores públicos e aos servidores do IPE. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Humberto Goulart, Vice-Líder da Bancada do PDT, está autorizando a transferência do tempo do Ver. Isaac Ainhorn ao Ver. Cláudio Sebenelo, que está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Saudamos o Instituto de Previdência do Estado – IPE que, quando festeja o seu aniversário a Cidade e o Estado estão em festa. Quando, muitas vezes, na história do País, se viu a débâcle, de um determinado tipo de previdência, quando muitas vezes, no País, enfrentamos graves problemas na área previdenciária, seja privada, seja estatal, o Instituto de Previdência do Estado, com todos os seus problemas de aporte, com todos os seus problemas de demanda, com todos os seus problemas institucionais, vem num crescendo que representa para o Estado do Rio Grande do Sul, uma das fontes de previdência e também um modelo de como bem atender os seus segurados.

Através das administrações que vão passando e vão desenhando um formato de previdência, voltado para os funcionários do Estado e seus familiares, o Instituto de Previdência do Estado cresceu, formou fundos e, a partir de um determinado momento, que coincide com a administração do Dr. Marcelo, hoje, Conselheiro aposentado do Tribunal de Contas, nós temos como modelo, uma assistência médico-hospitalar de grande qualidade e de grande poder de resolução. Esse tipo de desafio que representa a assistência médica e hospitalar para o seu segurado. E é, exatamente, quando se debate a previdência municipal, quando o Instituto de Previdência do Estado tenta de todas as formas o seu reerguimento e a ratificação da sua credibilidade junto a pensionistas, junto a segurados, junto aos hospitais conveniados e junto à classe médica que presta serviços ao Instituto de Previdência, é nesse exato momento que a instituição cresce.

Por isso queremos, publicamente, cumprimentar o Dr. Luiz Henrique Mota por uma gestão, que está tentando, de todas as formas, mostrar à população do Rio Grande do Sul quais os problema que o IPE, hoje, enfrenta. Quais as soluções a serem utilizadas no mais lídimo, no mais legítimo interesse dos funcionários públicos. Mas principalmente, neste dia de festa e de aniversário do IPE, qual a forma de se chegar a uma felicidade social que contemple, sem discriminações, não só uma classe, mas que seja modelo para o Rio Grande do Sul e para todo o Brasil.

Parabéns, Dr. Luiz Henrique Mota e a toda a sua equipe! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. Estilac Xavier.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós vivemos, desde o início da década de 90, um modelo econômico, um modelo de gestão pública que diz que o Estado deve ser reduzido; um modelo que reestrutura o Estado sob a lógica do Estado mínimo; que procura abrir o Estado, nos seus deveres mais básicos para o cidadão, para a iniciativa privada, para a concessão, para a privatização. É um modelo que tem desmontado o Estado, gradualmente. E desde o início da década de 90, nós acompanhamos, principalmente no País, um desmonte total dos serviços públicos, das políticas públicas e sociais, das empresas nacionais do Poder Público, de todas as formas nacionais dos setores da indústria, porque isso faz parte de um modelo econômico que é hegemônico, hoje, no mundo, que tanto se fala, que é o chamado Projeto Neoliberal. No Governo anterior, o Rio Grande do Sul foi, praticamente, um laboratório desse modelo. Neste Estado, nós acompanhamos, na prática, a maior experiência desse modelo, o desmonte total do Estado, a venda do patrimônio público, o controle do Estado sem a participação popular. As nossas empresas mais históricas, que com muita luta os gaúchos construíram, em muitos momentos da história, e uma das principais empresas da América Latina, como a CRT e a CEEE, foram vendidas.

É um modelo que demitia servidores públicos, diminuía o Estado e repassava recursos públicos para empresas privadas, como tão bem acompanhamos em tantos outros momentos. Grandes multinacionais que chegaram a ter lucros na ordem de 60 bilhões de dólares, recebendo milhões de reais do nosso Estado que, em nenhum momento da história, foi um Estado rico, ao contrário, precisava muito, como precisa hoje, de investimentos sociais e qualificação dos próprios servidores para a estrutura de um Estado, para que esse Estado possa prestar um bom serviço à população gaúcha. Este modelo foi na ordem da extinção da COHAB, na tentativa de venda da CORSAN, venda do BANRISUL, e assim por diante.

Eu disse, aqui, em outra homenagem aos 70 anos do IPE: que bom ver o IPE fazer 70 anos, que bom ver o IPE, com 70 anos, vivo! Que bom que ele não acabou com 67 anos. E o IPE não acabou, porque, aqui, tem um Governo que alterou o projeto e a lógica daquele modelo neoliberal implantado neste Estado. Este IPE está vivo, hoje, com todas as dificuldades - e temos total consciência delas - porque há um Governo comprometido em restabelecer o patrimônio de todos os gaúchos, a história desses gaúchos, e o IPE faz parte desta história.

O IPE tem dívidas históricas. Eu tenho um dossiê, de 1996, com afirmações, inclusive, do Governador anterior, que diz: “Britto afirma que a caixa do IPE está quebrada.” Em 1995. “IPE, contribuição terá que aumentar”, diz Busato, Secretário na época “Pensionista do IPE não receberá integral”, Jornal Correio do Povo, em 1995. É interessante ver qual era o modelo que tentava-se implementar para o IPE, naquele momento. Em entrevista ao Jornal Zero Hora, o Governador Britto revelou medidas para salvar o Instituto, extinguindo Delegacias e reduzindo o número de servidores no IPE. Mais adiante, há notícias confirmando a extinção das Delegacias. Era um modelo que procurava repassar os serviços e o Estado não ter mais responsabilidade.

Então, é muito bom ver o IPE fazendo 70 anos, é muito bom ver o IPE vivo e nós sabemos que temos um longo desafio pela frente com a dívida histórica que este Instituto tem, mas que nós, com certeza, iremos recuperá-lo para o bem dos gaúchos, para o bem dos servidores e com o esforço da nossa direção, do nosso Governo e de todos os servidores do IPE.

Eu falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores e, também, em nome da Bancada do Partido Socialista Brasileiro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Falará em nome da Instituição homenageada, o Sr. Presidente, Dr. Luiz Henrique Mota.

 

O SR. LUIZ HENRIQUE MOTA: Ex.mº Sr. Presidente da Câmara, Ver. Luiz Fernando Záchia; Diretor Financeiro do Instituto João Queiroz; Sr.ª Presidenta do Conselho Deliberativo do Instituto, Professora Eva Lago Pinto; Ver. Antonio Augusto Bernd, proponente desta homenagem ao Instituto, demais Vereadores, Sindicalistas; servidores do IPE, que se fazem presentes nesta homenagem. Eu gostaria de em nome da Instituição, em primeiro lugar, de agradecer a oportunidade da Câmara e do Ver. Antonio Augusto Bernd, de homenagear o Instituto, quando completa 70 anos.

Este é um momento histórico e de extrema importância, para uma instituição que tem uma história e uma representação no Estado do Rio Grande do Sul, não só dos servidores públicos, mas para o conjunto da sociedade gaúcha, especialmente no que diz respeito à questão do atendimento à saúde, à assistência médica, mas também no que diz respeito à questão Previdenciária. O IPE tem sido um modelo ao longo dos anos, tem sido um modelo de bom atendimento, tem sido modelo de adequação em relação as suas responsabilidades, e tem sido um modelo construído, graças à vontade dos servidores públicos. Nós achamos que este momento, em que completamos 70 anos, é importante que se reafirmem alguns conceitos e que se reafirme o papel desta instituição na história gaúcha, especialmente no que diz respeito a sua importância para os servidores. E quando eu digo o resgate a história, eu acho que o que mais representa do ponto de vista, do papel que esta instituição tem na sociedade, é justamente o fato de ela ser uma instituição pública, dos servidores, gerida através de uma autarquia em que a participação do conjunto dos servidores, seja no seu Conselho Deliberativo ou em sua direção, mostra-se presente de forma adequada, evidentemente, com essa característica de ser uma instituição pública para os servidores públicos.

Esse talvez seja o maior exemplo, e agora que se discute, inclusive em Porto Alegre, a questão previdenciária é que o IPE pode dar à própria Cidade e ao Estado o seu exemplo de gestão. Sua manutenção, como uma instituição pública, com capacidade de responder às necessidades do conjunto dos servidores, de manifestar, cada vez mais, o seu interesse e a sua vontade de que o plano de saúde – que talvez seja o melhor plano de saúde do Brasil, especialmente no que diz respeito aos servidores públicos – seja mantido e que permaneça com a qualidade que tem.

Eu não falo da questão da ameaça de extinção do plano de saúde por uma questão de retórica ou de discurso, não é isso. No Brasil todo, talvez o Estado do Rio Grande do Sul, seja o único Estado que mantém um plano de saúde com essas características. Os demais Estados ou privatizaram, como foi o caso do Paraná e de Santa Catarina, ou têm um outro tipo de atendimento aos seus usuários. O que aconteceu nos Estados que privatizaram? O plano se tornou elitista, porque ele se tornou opcional, e a partir do momento em que era opcional, aqueles que podiam mais migraram para outros planos e os servidores de menor renda não tiveram alcance e possibilidade de se manter com a assistência médica que era oferecida por aqueles Estados. Aqui não. Nós temos um plano seguro, com a maior cobertura de atendimento estendida aos seus servidores, e que deve, no nosso entender, se manter com essa qualidade, para que tenhamos o futuro do servidor garantido, do ponto de vista de assistência à saúde.

Mas o IPE não é só a questão da saúde. Temos um imenso desafio, que é a questão previdenciária. E a questão previdenciária, hoje, talvez seja a responsável, em grande parte, por aquilo que se vê na mídia e é provocado inclusive, como disse o Ver. Cláudio Sebenelo, por decisão desse Governo, decisão dessa Diretoria de esclarecer a opinião pública sobre as questões do IPE. Pois esse desafio nós estamos encaminhando com dois conceitos básicos: responder à necessidade de aposentadoria integral e pensão integral, e a pensão integral no âmbito do Instituto. Fazendo isso de forma a manter, também, no IPE - esta Autarquia Pública – essas responsabilidades, fazendo com que tenhamos sempre mais forte a Instituição pública, respondendo pela saúde da forma como faz e respondendo pela previdência da mesma forma.

Nesse sentido, o futuro nos reserva, evidentemente, esses desafios que, agora, estamos discutindo com os servidores – e no momento em que estamos discutindo com os servidores, nós, entendemos que é o momento de decisão inclusive para respondermos algumas questões constitucionais.

Nesses 70 anos quero reafirmar para a Câmara de Porto Alegre, que nós dá esta oportunidade, para os servidores públicos que nos ouvem, para os Vereadores de Porto Alegre e, especialmente, aos servidores estaduais que estão presentes, que o IPE vai-se manter com a qualidade de atendimento que tem, vai-se manter com a possibilidade do atendimento previdenciário, previsto constitucionalmente como Instituição forte, sólida, com capacidade de resposta.

Por fim, novamente, gostaria de manifestar os meus agradecimentos, especialmente à Câmara e ao Vereador, que propôs esta homenagem, aos servidores presentes e aos funcionários da Casa, dizendo que o futuro certamente reservará momentos ainda melhores para essa Instituição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ressaltamos o que foi dito pelo Presidente do IPE, Dr. Luiz Henrique Mota com precisão, extremamente importante e animador, quando diz que o modelo do bom atendimento do IPE foi construído ao longo dos anos e não em um determinado período mas, principalmente, pela dedicação dos funcionários. Por isso cumprimentamos todos os servidores do IPE que, ao longo destes 70 anos, têm feito com que esta Instituição, Ver. Antonio Augusto Bernd, tenha um melhor conceito diante da sociedade gaúcha. Sabemos das dificuldades por que o Instituto passa, mas nem por isso está ausente a dedicação, nem falta competência aos seus funcionários, que permanecem qualificando essa atividade.

Queremos agradecer a presença de todos, servidores, dirigentes do IPE e cumprimentar ao Ver. Antonio Augusto Bernd pela iniciativa em que esta Casa pôde homenagear essa Instituição quando da comemoração do 70º aniversário.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h32min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia - às 10h35min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem nas galerias e pessoas que nos assistem pela TV Câmara, a todos, minha saudação.

A respeito da visita que esta Casa recebeu, no dia de hoje, da Direção do Hospital Parque Belém, o Dr. Sr. Amir José dos Santos, seu Diretor, o Dr. Artur Pereira e o Dr. Ernesto Ordovás, que estão à frente de uma luta que vem se alastrando por um período bastante longo, para que a Zona Sul de Porto Alegre tenha um Pronto Socorro.

Esta Casa, que é representada por trinta e três Srs. Vereadores e Vereadoras, tem sim a responsabilidade, juntamente, com o Executivo Municipal e o Orçamento Participativo, de fazer com que os recursos saiam de uma forma rápida para que a Zona Sul de Porto Alegre, que tem um crescimento bastante grande, para que a população tenha lá um Hospital de Pronto Socorro. Conforme a Direção colocou, existe uma estrutura física respeitável, além de uma área destinada a um hospital de 150 hectares.

Temos recebido vários telefonemas de pessoas e de lideranças da Zona Sul, no sentido de que não medíssemos esforços para a construção, o mais breve possível, de um hospital de Pronto Socorro na Zona Sul de Porto Alegre. Temos o exemplo da Dr.ª Neiva Monteggia, que foi uma das pessoas que muito se esforçou, ao longo de sua história de lutas, no sentido de que a Zona Sul de Porto Alegre tivesse um hospital. Hoje a Dr.ª Neiva não está mais na direção do Hospital Vila Nova, mas se uniu à comunidade e à Direção do Hospital para com o seu trabalho, com sua luta e com seu esforço, buscar a construção e a criação do hospital de Pronto Socorro da Zona Sul.

Nós temos certeza de que, com a luta da Casa, com o esforço dos trinta e três Vereadores, a comunidade da Zona Sul de Porto Alegre pode ficar tranqüila, não faltará esforço para que essa luta, que vem de longa data, seja concretizada.

Quero também parabenizar o IPE, que comemora 70 anos de luta, de trabalho - e como já foi dito aqui - de uma luta digna. O IPE, ainda hoje, continua com esse extraordinário atendimento. Temos de reconhecer, sim a luta dos profissionais que trabalham nessa Instituição.

Por esses dias, esta Casa tem a responsabilidade de votar a previdência dos funcionários municipais. Como eu já me pronunciei desta tribuna, repito: queremos, sim após uma longa discussão e várias, várias e várias Emendas que entraram e outras que estão sendo analisadas pelo Relator Ver. João Antonio Dib, aprovar o Projeto.

 Nós queremos que as pessoas que deram o vigor do seu trabalho e da sua juventude, contribuindo com o IPE, saiam de uma forma satisfatória; elas merecem, porque deram a sua colaboração para que o IPE continuasse de uma forma digna. Queremos que essa dignidade continue para esses aposentados, para que eles tenham tranqüilidade e uma vida digna. Espero que isso aconteça nesta Casa. Com ajuda do nosso protetor lá de cima, esperamos que todos saiam daqui de uma forma satisfatória. Saúde, paz e segurança. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu tempo, hoje, será para fazer uma espécie de balanço de prestação de contas do que tentei fazer aqui no primeiro semestre.

Eu tenho uma equipe que anda pela Cidade, buscando irregularidades, problemas cujas soluções podem ser encaminhadas por um Vereador. Foram mais de cinqüenta Pedidos de Informações e de Providências feitos pelo nosso gabinete, e o balanço de respostas ou providências tomadas pelos órgãos responsáveis é, para mim, desolador. Poucos Pedidos de Providências foram atendidos, inclusive há um caso à disposição do Partido do Governo que é a pavimentação de uma rua na Lomba do Pinheiro, aprovada pelo Orçamento Participativo, em 1999, e que se espera pela execução do trabalho. Eu até acho, só acho por enquanto, que o Orçamento Participativo atende casos e encaminhe a soluções desde que as pessoas envolvidas sejam filiadas ao PT.

O primeiro Projeto que apresentei nesta Casa foi um pedido de que a Prefeitura instalasse em nossa Capital, de preferência nas vilas populosas e de pessoas de baixa renda, restaurantes populares, cobrando R$ 1,00 a refeição, igual ao que funciona atrás da Estação Central no Rio de Janeiro. Eu estive lá, colhi detalhes do funcionamento, foi uma idéia fantástica da esposa do Governador carioca, garantindo a muita gente, pelo menos, uma refeição digna por dia com suco e até sobremesa. Eu estou sentindo que, mesmo aprovado nesta Casa, esse Projeto não será executado pelo Prefeito. Eu fui procurado pelo Líder do PT, Ver. Estilac Xavier, que foi muito claro, dizendo: “Abra este Projeto com o Ver. Aldacir Oliboni, que eu ligo para o Sr. Prefeito agora, e vamos tocar esse restaurante.” Quer dizer, se o PT estiver no Projeto, o Prefeito faz. Se o PT não estiver no Projeto, o Prefeito não executa, mesmo aprovado pela Casa.

O PT, que se diz defensor do povo, age apenas em projetos de cunho social, de auxílio direto a esse povo, se ele, PT, for beneficiado. Lamento que as coisas sejam assim na política feita pelo Partido dos Trabalhadores.

Hoje, um jornal de Porto Alegre, diz o seguinte: “O restaurante popular, que a Prefeitura queria fazer no Centro, ainda está nos ‘entretanto’, mas lideranças comunitárias da Grande Cruzeiro e Grande Glória principalmente, chegaram aos ‘finalmente’. Dia 14, vão inaugurar o Bandeijão Popular Gaúcho, na Rua Gen. Caldwell, n.º 1365.” Bem feito para nós, políticos!

Outro Projeto que apresentei nesta Casa foi o de instalação de casas-lares, para terminarmos com esse câncer social, que é o menino de rua. Quando assumiu, o Prefeito Tarso Genro, em seu discurso de posse, falou que esse seria um dos seus principais objetivos: que ele iria tirar das ruas de Porto Alegre os meninos e meninas que perambulam pela nossa Cidade, e que fazem das marquises e bueiros suas camas, suas residências. Eu pensei: “Se o Prefeito quer, se afirma que vai fazer, vai ser moleza atingirmos, em conjunto, esse nosso objetivo.” Mas a política do PT, até agora, pelo menos para mim, é só enrolação, politicagem! Mas vou continuar alimentando esse meu sonho, esperando que o Sr. Prefeito cumpra com a sua palavra. É tão bonito cumprir palavra! Não é nenhum mérito, é uma questão de obrigação! Cumprir a palavra dada é um valor moral, é o mínimo que se pode esperar de uma pessoa que tem a responsabilidade de decidir em nome do povo!

Busquei, junto aos meus companheiros desta Casa a instalação de uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, a respeito da política estabelecida pelo DEMHAB em nosso Município. Uma CPI, no meu entendimento, não é “caça às bruxas”; eu não estou condenando ninguém por antecipação. O meu desejo, com o pedido desta CPI, e para o qual contei, graças a Deus, com a totalidade dos Vereadores que formam o bloco de oposição nesta Casa, é buscar de que lado está a razão, fazer justiça e dar a centenas de pessoas um pouquinho de tranqüilidade, nos dias tormentosos que estamos vivendo com essa descomunal e desumana política econômica do Governo Federal.

Sou a favor da CPI da corrupção. Assinei abaixo-assinados em São Paulo e no Rio de Janeiro pedindo a CPI da corrupção no Governo Federal. Sinto-me no direito de pedir a CPI da habitação em nosso Município, porque sou coerente. Não posso ser igual aos integrantes do PT, com exceção do Ver. José Fortunati, que demonstrou interesse em assinar essa CPI pedida por nós, e só não o fazendo por decisão antecipada de escalões maiores do seu Partido.

A CPI vai ser instalada sim. As pessoas que depositam tanta esperança nesse nosso pedido, fiquem tranqüilas, porque esse objetivo será alcançado, custe o que custar. Que venha a CPI do DEMHAB e que, com ela, possamos dar um pouquinho mais de sossego aos contribuintes de nossa Cidade.

Quanto à questão dos municipários, não sou de ficar em cima de muro. Vou votar com a Emenda do Ver. Nereu D’Avila, ao PLCE nº 001/01. Se houver problema quanto a essa Emenda, eu vou votar com o Montepio, porque respeito a entidade, e acho que quem sabe dos seus problemas são os municipários. A eles cabe encaminhar a solução dos seus problemas. Eles têm um Sindicato. Respeito os sindicatos, não apenas quando o assunto me interessa de forma direta. O Montepio, no dia 1º de setembro, completa trinta e oito anos de fundação. Uma entidade com trinta e oito anos de vida merece, da minha parte, respeito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra no período de Comunicações.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, utilizo o meu tempo em Comunicações para relatar um debate que o nosso mandato, juntamente com o mandato do Deputado Elvino Bohn Gass, realizamos nesta quarta-feira, dia 8, sobre o problema dos transgênicos. Temos visto, quotidianamente, notícias na nossa imprensa, na imprensa nacional e internacional, que dão conta do grande debate que sistematicamente é feito em relação a essa questão dos transgênicos. Em que pese a nossa imprensa, os nossos meios de comunicação, não aprofundarem muito esta questão, se limitando a dar notícias pontuais, que, muitas vezes, fazem com que o cidadão perceba isso de uma forma fragmentada, e não entenda o grande embate que está por trás, na realidade esse tema tem sido pauta, agenda de governos e de diferentes e poderosos interesses econômicos em nível internacional.

Nós vimos na imprensa do Rio Grande do Sul, nesta semana, a notícia do debate sobre clonagem de seres humanos. Hoje, inclusive, tem manifestação da ONU contrária à clonagem de seres humanos. Nós tivemos, há alguns dias, o Congresso Nacional Americano votando contra a clonagem de órgãos humanos; partes de seres humanos, portanto, sendo clonados.

Nós tivemos aqui no Brasil, no último período, intervenções do Governo Federal, mais precisamente por meio do Ministro Pratini de Moraes, do Ministério da Agricultura. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, a CTNBio, que é o órgão responsável pela fiscalização dessa política no Brasil, manifestou-se favorável à liberação da soja transgênica, a soja Roundup Ready da Monsanto, empresa multinacional, e também o recente Decreto do Ministro Pratini de Moraes liberando a rotulagem dos transgênicos acima de 4% na composição da alimentação humana industrializada.

Nós temos, sistematicamente, nos manifestado contra essas duas iniciativas do Governo brasileiro, tanto da rotulagem com percentual de 4%, como da liberação da soja Roundup Ready para o comércio brasileiro. Nós temos indicio de que essa soja tenha entrado no Brasil de forma clandestina e que o Governo brasileiro, que deveria estar capacitando a CTNBio para essa fiscalização, não tem procedido dessa forma, e também não tem, Ver.ª Maristela Maffei, dado informação necessária à população brasileira e aos demais órgãos públicos para que possam, também, cumprir a sua parcela na fiscalização, no exercício dos nossos direitos de cidadania.

 

A Sr.ª Maristela Maffei: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Helena Bonumá, aproveitando e parabenizando, porque sabemos de seu trabalho, sentimos quando os meios de comunicações não traduzem aquilo que nós efetuamos na prática. Temos a bandeira do Partido dos Trabalhadores, quanto à questão dos transgênicos, que é uma realidade. Pelas pesquisas, o nosso Projeto, aqui na Câmara de Vereadores, sobre a questão dos 100% da rotulagem é o pioneiro no nosso País. Então, isso também é uma política contrária às coisas que nós trabalhamos e que não têm visibilidade, apesar de sabermos, junto com V. Ex.ª, companheira, que nós estamos lutando para sermos, de fato, uma área livre do plantio e do comércio dos transgênicos. Obrigada pela paciência.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Justamente, Ver.ª Maristela, o Decreto do Ministro Pratini de Morais virá a causar a impossibilidade do exercício de fiscalização, que a Câmara Municipal de Porto Alegre votou, ou seja, que o cidadão-consumidor possa saber o que está comendo.

Há alimentação transgênica sendo vendida nos supermercados. Nós sabemos que isso faz mal à saúde, nós temos evidência disso, não baseados em pesquisas brasileiras, porque, aqui no Brasil, infelizmente, o Governo Federal não credenciou nenhum laboratório para fazer a necessária fiscalização desse processo.

No Brasil existe a Lei de Biossegurança, de 1995, que é desrespeitada, de uma forma vergonhosa pelo Governo Federal. Nós temos várias iniciativas da Procuradoria Federal da República, do Ministério Público Federal, contra o Governo Federal, porque ele tem se colocado contra a Lei, a reboque dos interesses das multinacionais como a Monsanto.

É necessário que a sociedade fiscalize isso, é necessário que a sociedade esteja alerta sobre que interesses há por trás da liberação da soja transgênica no Brasil. Nós precisamos ter mais pesquisa na área da Biotecnologia, da Engenharia Genética, para termos a segurança de que nós, e as futuras gerações, poderemos consumir esses produtos sem danos à nossa saúde.

Nós sabemos também que esses alimentos transgênicos, quando plantados, trazem à natureza danos, muitas vezes irreversíveis. Nós temos pesquisas de outros países em que esse tema é tratado de forma mais séria, que aqui não são divulgadas. Aqui no Brasil saem apenas pequenas notas nos jornais, que não nos dão as informações suficientes para que possamos pensar sobre o assunto.

Nós conclamamos todos a que se mantenham atentos a isso, acompanhando os movimentos de Luta e Defesa do Consumidor e o Movimento dos Sem-Terra que, sistematicamente, têm investido contra os transgênicos. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Humberto Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HUMBERTO GOULART: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho dar-lhes ciência da reunião que tive - não como representante da Comissão de Saúde, mas enquanto Vereador - com o Secretário Municipal de Saúde. Logo em seguida a essa reunião, com o nosso querido Dr. Joaquim Kliemann, tive encontro o Prefeito Tarso Genro e nos foram asseguradas algumas ações muito importantes para a saúde da Cidade. Aí o Ver. João Bosco Vaz vai me apelidar de “Vereador Municipal”.

O Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas. Na discussão que tive com o Secretário, eu ponderava como um hospital, que veio mal do Ministério da Saúde e continuava mal no trato com o Executivo, poderia ter um triunvirato, três pessoas, uma Comissão Gestora, mandando dentro do Hospital Presidente Vargas? Não podia, porque no momento em que está muito mal tem de ter um responsável por isso, porque tu chegas num que cobra de outro, e o outro cobra de um terceiro e assim ficava aquela mixórdia. O Secretário ponderou que era verdade e designou um Gestor para o Hospital Presidente Vargas. Isso é um avanço, e o Presidente Vargas já começa a melhorar e isso é muito bom, fruto da nossa observação aqui da tribuna e da conversa com ele.

Quanto ao futuro dos funcionários da FUGAST, que estão cedidos há muitos anos, a conversa também foi promissora. Nos sentaremos e eu serei o intermediário dos Vereadores e depois trarei para os Vereadores um Projeto que valorize o trabalho daqueles funcionários que trabalham num hospital, não no Presidente Vargas, mas sim no Hospital Materno-Infantil. Aqueles funcionários foram escolhidos e foram treinados, conhecem muito a situação de Hospitais Materno-Infantil.

A Central de Marcação de Consultas que é um desastre, também evoluiu nessa conversa; é essa a satisfação que venho dar a V. Ex.as. A Central de Marcações foi lançada há algum tempo atrás, aqui na nossa comunidade porto-alegrense, com um folder belíssimo e parecia que um folder belo iria resolver o problema dos doentes. Explicando para o Ver. João Bosco Vaz: folder é um pequeno boletim informativo, Vereador. O boletim informativo parecia que ia resolver tudo, porque trazia ali a felicidade dos doentes. E nós sabemos que isso não é assim.

Então, em conversa com o Secretário da Saúde, nós ponderamos que o Centro de Saúde Modelo, aquele que é ali na Azenha, onde as pessoas vão-se vacinar, que é enorme, está lá como um elefante branco, parte dele orientando o público sobre vacinas - que é importante, mas não é o melhor - poderá ser, nos próximos tempos, um Centro de Especialidades Médicas, Ver. Ervino Besson.

Se por acaso nós precisarmos de um cirurgião vascular, lá haverá um. Neste momento, leva-se um ano e meio para se conseguir um médico com especialidade em varizes. Explico bem porque se eu falar em cirurgião vascular, o Ver. João Bosco Vaz vai querer que eu explique melhor. Médico de varizes, Vereador. Lá haverá um médico urologista para examinar a próstata. Lá nós teremos um dermatologista, porque, neste momento, é raridade conseguir-se uma consulta para um especialista. Neste momento, é quase ouro em pó conseguir-se um neurologista. Então, avançou muito a conversa com o Secretário de Saúde, no sentido de se fazer ali naquele Centro de Saúde, enorme, grande, cheio de salas, funcionando doze horas direto, ou quatorze horas, talvez dezesseis horas. Vinte e quatro não, porque aí já dá complicação. Doze horas, portanto, talvez, de especialistas para nós, para o povo que precisa cuidar dos seus males e que só tem mais facilidade, na clínica médica, para encontrar atendimento na área de pediatria ou de pré-natal. Quando há necessidade de especialistas, esses não existem. Então, a conversa foi evolutiva nesse sentido, foi muito receptivo o Secretário. Uma Central de Especialidades Médicas.

Na próxima manifestação, farei a convocação de alguns Vereadores que se interessam pela saúde para falar de outras situações médicas que evoluíram bastante. Houve essa promessa, Ver. Cláudio Sebenelo, me ajude, vamos cobrá-la. Seria um grande avanço no sentido de controle social para esta sociedade, as pessoas que estão há um ano e meio na fila poderão, assim que instalada essa Central - e nós vamos cobrar com rigor necessário - ter as suas consultas marcadas para um tempo mais breve. Depois eu anuncio para a terceira idade o que é que evoluiu. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos, com muita alegria, comunicar que se encontra presente um grupo oitenta alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Oscar Pereira, pertencentes a 3ª e 4ª séries do 1º Grau, acompanhados das professoras Jussara Pereira, Kátia Montenegro, Ione Schimidt e Cleonice Facioli.

Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial da Câmara desenvolve junto a escolas da Capital e da Grande Porto Alegre. Sejam todos bem-vindos a esta Casa. (Palmas.)

O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, também saúdo os alunos que nos visitam e gostaríamos de ver sempre alunos visitando esta Casa para saberem o que se realiza, aqui, em prol do povo de Porto Alegre.

Se nós olharmos a agenda que nos foi distribuída hoje, verificaremos que todo o Expediente recebido pela Câmara Municipal se relaciona com recursos do Governo Federal recebidos pelo Município para o atendimento à saúde. E a saúde está muito mal-atendida pelo Município. Não é pouco dinheiro que chegou: quase 50 milhões. De qualquer forma, enquanto chega dinheiro do Governo Federal, o Governo Municipal mantém no sistema financeiro quase 200 milhões de reais. Isso enquanto todos na Cidade necessitam de serviços, enquanto os serviços são procrastinados, como aconteceu com a Padre Cacique, que, parece, foi entregue hoje, e será interrompida a José de Alencar. A obra na Padre Cacique atrasou três meses. Sobra dinheiro na Prefeitura, quando as obras poderiam ser aceleradas, e a Prefeitura mantém o dinheiro no sistema financeiro.

O custo social que a população pagou pela obra mal planejada da Padre Cacique talvez seja maior que os 200 milhões de reais que a Prefeitura mantém no sistema financeiro.

Na quarta-feira, uma dezena de Vereadores desta Casa, que trabalha todos os dias, participou de uma reunião na Escola Santa Família, com os moradores dos bairros São João e São Geraldo. E ali nós vimos a preocupação daquelas pessoas com os alagamentos, e elas não são socorridas pela “Cidade Viva”. A “Cidade Viva” gasta muito em publicidade, mas não cuida da Cidade. A propaganda de que Porto Alegre é a “Capital brasileira de melhor qualidade de vida” faz-se maciçamente, há vários anos. Mas, em todos esses doze anos, a Capital ganhou duas vezes o título de “Capital Brasileira de Melhor Qualidade de Vida”.

Mas, Sr. Presidente, eu também ficaria contente se o debate paralelo permitisse que os demais Vereadores me ouvissem. (Palmas.)

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lá, na Escola Santa Família, durante três horas, permanecemos ouvindo os reclamos da população, inclusive em relação ao próprio Prefeito, à postura do Prefeito, à promessa do Prefeito, porque, lá, a Cidade continua alagada. São necessárias obras, são necessários recursos e o DEP não tem recursos. Nós, os dez Vereadores, não podíamos responsabilizar o Diretor do DEP, Airto Ferronato. Não podíamos fazer isso, porque sabíamos que ele não tinha recursos. Enquanto se mantêm recursos no sistema financeiro, rendendo juros, e o custo social sendo muito mais elevado que os juros que rendem, o 4º Distrito alaga. Uma moradora da Rua Ernesto Fontoura levantou-se e disse que, quando chove, a água toma conta da sua casa, inclusive pelo esgoto cloacal, e nós sabemos que a Prefeitura cobra taxa de pluvial. É só buscar na Justiça o ressarcimento e a Prefeitura vai ter que ressarcir.

Então, o custo social desse dinheiro que está no sistema financeiro é maior do que o rendimento que possa proporcionar à Prefeitura. Muito maior é o desrespeito é a desatenção da “Cidade Viva” com a Cidade alagada, com a Cidade prejudicada. Eu não faço emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias, ou ao Orçamento, do tipo que eu, agora, vou encaminhar. Estou pedindo, na Lei de Diretrizes Orçamentária, vou assinar uma emenda que destine recursos específicos para a recuperação da área atingida pelos alagamentos nos bairros São João e São Geraldo. Há obras que precisam ser feitas.

Há bastante tempo, o Prefeito foi lá, pediu que se constituísse uma comissão. Não se pede para se constituir uma comissão para, depois, mandar o assunto para o Orçamento Participativo. Houve desrespeito por parte de S. Ex.ª o Sr. Prefeito Municipal com aquela população, que se manteve por longo tempo conversando com ele para nada! E as reuniões se realizaram sucessivamente, e não há previsão de que alguma coisa boa vá ocorrer, tanto que aqueles moradores querem até utilizar a Tribuna Popular, aqui, para dizer da sua insatisfação com a Administração do Município, que não os atende. E eu fui muito claro, naquele momento em que lá estive, e disse: “Olhem, quando eu era Prefeito também alagava” - portanto, não faço apenas críticas – “só não na intensidade que ocorre hoje, mas cuidávamos de fazer a limpeza nos canais, limpeza nos pluviais, e não tínhamos o dinheiro que a Prefeitura tem”. Até não podíamos manter dinheiro no sistema financeiro; tínhamos de buscar o dinheiro no sistema financeiro para continuar fazendo as coisas que eram necessárias para a Cidade. Agora, a Prefeitura continua não atendendo a população e quer dizer no “Cidade Viva” que está tudo bem e que Porto Alegre é a melhor cidade em matéria de qualidade de vida. Quando eu fui Prefeito, sem o dinheiro que esses Prefeitos tiveram ao longo de doze anos, a Cidade de Porto Alegre ganhou três vezes o título de “Capital Brasileira de Melhor Qualidade de Vida”. Hoje está em terceiro. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste momento, gostaríamos de requerer a V. Ex.ª que esta Casa preste uma homenagem às vítimas do atentado terrorista praticado ontem na Cidade de Jerusalém, onde dezenove pessoas foram mortas, sendo que um era brasileiro, o Sr. Jorge Balazs. Portanto, requeiro a V. Ex.ª que determine seja feito um minuto de silêncio em memória das vítimas do brutal atentado terrorista praticado contra civis, em Jerusalém.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Sem dúvida alguma, Ver. Isaac Ainhorn, esta Casa concorda com a iniciativa de V. Ex.ª. Portanto, façamos um minuto de silêncio em memória das vítimas do atentado em Jerusalém.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência suspende os trabalhos por alguns minutos e convoca o Colégio de Líderes, a Diretora Legislativa e a Procuradora da Casa para que possamos fazer, de imediato, uma reunião no Salão Nobre da Presidência.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 11h11min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia - às 12h01min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1621/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/99, de autoria da  Ver.ª Helena Bonumá, que veda a comercialização e circulação de espaços publicitários nos meios de comunicação e páginas de Internet que utilizem a exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2738/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 184/01, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Praça Antonio Luiz Roso um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Três Figueiras.

 

PROC. 2764/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/01, que cria cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada do Município, altera a especificação da classe de cargos de Procurador, constante no Anexo I, letra b da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e dá outras providências.

 

PROC. 2851/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 187/01, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Rua Ney da Gama Ahrends um logradouro parcialmente cadastrado, localizado no Loteamento Jardim Firenze.

 

PROC. 2932/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 193/01, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Jerônymo Zelmanovitz um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro São Sebastião.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2496/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/01, que autoriza a dação em pagamento dos imóveis, próprios municipais, localizados na Rua Cabral, parte de um todo maior, e Travessa Pesqueiros, lado ímpar, na desapropriação amigável da área correspondente ao Parque Natural Morro do Osso, instituído pela Lei n. 8.155/98. Com Mensagem Retificativa.

 

PROC. 3025/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 204/01, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua Casemiro de Souza um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2648/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que cria o Passeio dos Campeões para homenagear os atletas gaúchos que se destacaram e se destacam, em nível nacional e internacional, nos esportes olímpicos.

 

PROC. 2688/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 180/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que denomina Unidade de Saúde Doutor Edson de Moura Braga a Unidade de Saúde Belém Novo, localizada na Rua Florêncio Farias, 195, no Bairro Belém Novo.

 

PROC. 3077/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 065/01, de autoria da Mesa e Lideranças, que institui estágio curricular para estudantes de estabelecimentos de ensino médio e superior na Câmara Municipal de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou falar sobre dois Projetos em Pauta. O primeiro Projeto, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, veda a comercialização e circulação de espaços publicitários nos meios de comunicação e páginas da Internet os quais utilizem a exploração sexual de crianças e adolescentes na Cidade de Porto Alegre. Elogio este Projeto, porque é importante que a pornografia e a exploração sexual de crianças e adolescentes sejam banidos dos nossos meios de comunicação. Eu gostaria, Ver.ª Helena Bonumá, de apanhar o seu apoio para que, a Secretaria Municipal de Cultura, também, não faça mais teatros pornográficos em praças públicas com crianças e adolescentes presentes. Nós já tivemos um estudo sobre essa questão no ano passado, e eu gostaria de enfatizar e receber o seu apoio para que isso não mais ocorra com recursos públicos e com o dinheiro de impostos. Vereadora, eu tenho a certeza de que obterei o seu apoio.

 

A Sr.ª Helena Bonumá: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Esta nossa iniciativa tem o intuito de nos somarmos a uma ação que o Ministério Público já faz, em algumas regiões do Brasil, que é detectar as redes de pedofilia, pornografia infantil, que são exploradas, cada vez mais, na Internet, e isso é uma coisa séria e que nós temos de combater, porque diz respeito à afirmação dos direitos das nossas crianças e adolescentes.

Quanto às nossas manifestações culturais, no Município, Vereador, eu não posso concordar com V. Ex.ª. A Nossa Secretaria de Cultura não tem programas desta natureza, isso é muito sério, são coisas completamente distintas e não podemos nos valer para fazer uma confusão de coisas que são distintas. Nós apoiamos manifestações culturais da sociedade organizada, do setor de produção da cultura e a nossa Secretaria tem como iniciativa apoiar diversas ações da sociedade.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu lamento que V. Ex.ª não venha apoiar uma proposição minha para que a Secretaria de Cultura não faça mais teatro pornográfico na presença de crianças e adolescentes. Era só isso que eu queria, e V. Ex.ª não me apoiou. Eu fico triste, mas o Ministério Público, para onde eu enviei fotografias, já obrigou a Secretaria de Cultura a não realizar espetáculos teatrais pornográficos na presença de crianças e adolescentes menores. Isso já está ajustado, porque teve que haver intervenção do Ministério Público. Eu só lamento que uma Vereadora tenha dois pesos e duas medidas: uma, querendo acabar com a pornografia na Internet, que estou plenamente de acordo; a outra, eu quero acabar com a pornografia na Secretaria de Cultura, paga com o dinheiro público e isso eu não posso permitir.

Gostaria de me referir, ilustre Ver. João Bosco Vaz, a mais uma contratação, o ingresso de mais funcionários para o Município. O Sr. Prefeito Municipal encaminha pedido de mais seis cargos de Procuradores para o Município, aumentando ainda mais o contingente de funcionários do nosso Município. Eu gostaria de pedir ao Sr. Prefeito que encaminhe o Projeto de acordo com as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, explicitando qual será o montante que nós vamos precisar, em termos de orçamento, para suprir esses seis cargos de Procuradores, que encaminhe os processos de acordo com as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, eu vou ser breve muito breve. Penso que, de repente, seria bom verificar a pornografia na Prefeitura. Está certo o Ver. João o Carlos Nedel. Mas a Ver.ª Helena Bonumá tenta mais uma Lei para a publicidade, eu acho, porque, na realidade, eu fico surpreendido, quando me fazem ouvir a Procuradoria da Casa e o PT não ouve a Procuradoria da Casa. Porque essa matéria que a Vereadora pretende disciplinar não cabe ao Município e é claro: “...No que tange ao caput do art. 1º do projeto sob análise, verifica-se que está em desconformidade com o art. 22, inc. I e 39 da Constituição Federal, que estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito comercial e propaganda comercial.” Em relação aos artigos 2º e 3º - isso é o art. 1º - “...as disposições relativas ao armazenamento de páginas que contenham material de sexo com crianças e adolescentes ou que indiquem o acesso eletrônico a páginas em outros provedores que contenham tal matéria importam em regulação relativa à prestação de serviços de valor agregado, a qual é feita pelo provedor. Tal prestação de serviço, com efeito importa em relação ao consumo. Com vistas a tal argumento, é vedado ao Município legislar sobre tal matéria, que é de competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, conforme dispõe o inc. V, do art. 24 do texto constitucional.”

Então não há o que votar, não há o que discutir. Mas eu penso que precisamos educar a nossa juventude para que não se deixe levar pela Internet, da forma como hoje está acontecendo no mundo.

 O Prefeito, por outro lado, pretende criar mais cargos de Procuradores e eu penso que está certo, se ele precisa, ele que o faça. Eu sei que a Prefeitura e as autarquias já têm sessenta e quatro Procuradores. Mas a Procuradoria não é ouvida pelo Prefeito, e há Procuradores muito competentes. Vejo aqui alguns Vetos que o Prefeito encaminha que eu tenho de rir. E, se ele ouvisse a Procuradoria, ele saberia que não pode fazer carta-contrato. E assim sendo, como tenho respeito pelo Prefeito, mandei um bilhetinho e uns documentos sobre carta-contrato para o Prefeito ler no fim de semana. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Antonio Augusto Bernd está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, eu gostaria de, neste período de Pauta, fazer uma referência ao Projeto nº 1411/01 de autoria do Ver. Ervino Besson, que autoriza o Executivo Municipal a implantar folhetos informativos que identifiquem os itinerários e horários das linhas de ônibus. Nós apresentamos um Projeto semelhante, que está em tramitação nesta Casa, para dar ampla divulgação dos itinerários das linhas circulares e linhas T. A importância deste Projeto é a de esclarecer os porto-alegrenses que desconhecem, especialmente, o itinerário das linhas transversais e das linhas circulares, e os benefícios que trazem para os deslocamentos dos seus usuários em Porto Alegre.

Quero aproveitar este espaço na tribuna para fazer uma referência à homenagem feita ao Instituto de Previdência do Estado por nós no início desta Sessão. Era uma homenagem institucional de apoio ao 70 anos do IPE, mas, lamentavelmente, o Ver. Marcelo Danéris ocupou a tribuna não para fazer uma homenagem...

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Antonio Augusto Bernd, solicito a V. Ex.ª que se restrinja à discussão dos Projetos em Pauta. Que V. Ex.ª se atenha à discussão dos Projeto em Pauta.

 

O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Mas a referência é, justamente, indispensável porque a Instituição merecia essa homenagem e não crítica...

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, volto a insistir que é pertinente a sua manifestação, mas não neste período de Discussão de Pauta.

 

O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Então, em momento oportuno voltaremos à tribuna para colocar a verdade, sobretudo, no seu devido lugar. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. Está encerrada a Discussão Preliminar de Pauta.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, todos aqueles que nos assistem, aqui, ou em suas casas. Traz-me hoje para usar o tempo de Comunicação de Líder do Partido Comunista do Brasil, uma temática sobre a qual me dedico, diariamente, que é a questão da moradia. A Casa tem acompanhado a situação delicada, complexa em que vivem as famílias do Parque dos Maias. Todos sabem que no início deste ano, sob a ameaça de despejo, conseguimos - mediante uma ampla negociação, com a participação do DEMHAB, da SEHAB e a apresentação de um cronograma de obras - que o Judiciário aguardasse até o final do ano a construção dos trezentos terrenos previstos para as famílias que não conseguiram contratar seus apartamentos no Parque dos Maias.

Infelizmente, posteriormente, outra decisão judicial revogou esse acordo - que tinha sido construído com grande dificuldade - e determinou o despejo dessas trezentas famílias. Tanto que na quarta-feira passada, no final da Sessão, às 18 horas, tive que me afastar dos trabalhos da Casa para acompanhar, Ver. João Antonio Dib, uma reunião, conseguida através da Deputada Jussara Cony, com o Chefe da Casa Civil, Deputado Flávio Koutzii, no sentido de encontrarmos uma solução. O Ver. João Bosco Vaz, inclusive, recorda que naquele momento tive de usar da palavra para me retirar e ir a Casa Civil; gostaria de relatar que nessa reunião com: o Chefe da Casa Civil, Deputada Jussara Cony, DEMHAB, CUTHAB - por mim representada - e moradores tivemos a satisfação de já contar com nova decisão da justiça, Ver. Sebastião Melo, segundo a qual a reintegração de posse só será efetivada após a Construtora Guerino pagar todas as suas dívidas. Além desse problema, que é uma prestação de contas para esta Casa e para a coletividade do Parque dos Maias, para que tenham conhecimento, acompanhamos uma importante reunião, nessa terça-feira, com a comunidade do Túnel Verde I e Túnel Verde II; são trezentas e sessenta famílias, algumas morando há mais de dez anos, num loteamento irregular que vem sofrendo graves problemas de enchentes e de desabrigo por conta dessa situação.

Contamos com a presença da SPM, do Centro Administrativo Regional do Extremo-Sul-Restinga e da comunidade e tiramos como encaminhamento uma nova reunião dentro de trinta dias para que seja apresentada uma sugestão para encontrar uma solução definitiva para esta comunidade.

Por último, queria informar que a Comissão de Urbanismo, Habitação e Transporte desta Casa - que tenho a honra de presidir - aprovou na sua última reunião a realização, nos dias 26 e 27 de setembro, do Seminário “Reforma Urbana e Habitação”. Ver. Cassiá Carpes, sei que V. Ex.ª acompanha, também, com preocupação esses problemas. Contaremos com a sua presença.

Será aberto quarta-feira o Seminário, à noite, com o painel “Problemática Urbana e Habitacional Hoje”. Teremos um debate mediado pelo Ver. Sebastião Melo, com a presença do DEMHAB, SEHAB e CEF. Também estamos convidando o Prefeito de Montevidéu, Mariano Arana, que é urbanista, para nos trazer a experiência desse país vizinho.

Na quinta-feira dia 27, às 9h, teremos “Planejamento Urbano, Participação Popular e Mercado Imobiliário,” com a participação da SPM, do COP, do SINDUSCON, para o qual estamos convidando o ex-Vereador Lauro Hagemann por toda a sua história nessa área de urbanismo.

Será presidida pelo Ver. José Fortunati, às 14h, um novo debate: “Significado do Estatuto da Cidade”, que acaba de ser aprovado e merece um estudo desta Casa, e o conhecimento da sociedade. Teremos a presença do Deputado Federal Clovis Ilgenfritz, que acompanha, lá no Congresso, a questão; o Dr. Jaques Alfonsín, advogado reconhecido nesta temática, a Subcomissão de Habitação da Assembléia e a UAMPA, que luta há anos pela aprovação do Estatuto da Cidade.

Concluo Srs. Vereadores, dizendo que às 19 horas teremos o encerramento do Seminário com o Painel “A Implementação da Reforma Urbana” que, com a aprovação do Estatuto da Cidade, abriu uma ampla perspectiva, com a presença do Deputado Federal Inácio Arruda, da CUTHAB, do IAB e da COMATHAB.

Com isso, encerramos nosso pronunciamento, convidando desde já os Srs. Vereadores, aqueles que o desejarem, para esse grande Seminário aprovado pela CUTHAB, na reunião dessa terça-feira. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon solicita Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de licença da Ver.ª Sofia Cavedon, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Apregoamos a declaração firmada pelo Ver. Estilac Xavier, que informa o impedimento dos Suplentes, Vereadores Darci Campani, José Valdir, Berna Menezes e Juberlei Barcelos, impedidos de assumirem a vereança no dia de hoje.

O Ver. Antonio Augusto Bernd está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, volto a esta tribuna, no espaço de Comunicação de Líder, para justamente fazer uma referência a respeito dos 70 anos do IPE. Nós tivemos a honra de homenageá-lo hoje, no início da Sessão. Uma homenagem institucional. E na referência que o Ver. Marcelo Danéris, do PT, fez, ao contrário de homenagear a instituição pelos anos de serviços prestados, não deu o respeito necessário a esse momento importante da Instituição, quando fez uma avaliação crítica, eventualmente de governos anteriores, especialmente do governo de Antônio Britto, em, eventualmente, ter a intenção – como o Vereador afirmou – de privatizar o IPE. Eu quero dizer que isso não é verdade.

Todos nós sabemos que o PT ganhou as eleições ao governo do Estado em cima de informações que não são verdadeiras e uma delas é essa, que o IPE ia ser privatizado. Como pode uma autarquia ser privatizada? O Vereador precisa ter maior conhecimento legal para não falar uma impropriedade dessas. Em segundo lugar, como pode uma Instituição, como o IPE, estar sendo encaminhada à privatização se pagava rigorosamente todos os direitos das pensionistas; mais de 4.500 pensionistas recebendo pensão integral, recebendo rigorosamente em dia suas pensões e o 13º salário e, em contrapartida, também os médicos, os hospitais recebendo rigorosamente em dia até 1998, e a partir, justamente, de 1999, este Governo começou a atrasar os pagamentos aos médicos e aos hospitais, levando à instabilidade da Instituição. Essa é a verdade, aqui estão os documentos. Há o extrato bancário das contas do IPE do dia 4 de janeiro de 1999, demonstrando quanto o IPE deixou de dinheiro em caixa no Governo Antônio Britto. O atual Governo não cumpre com as suas obrigações na Instituição.

Eu fiz uma homenagem, enquanto Vereador, à Instituição, com a certeza de que dirigentes e governos passam, mas os servidores que sustentam a instituição permanecem firmes.

Eu desafio o Governo do PT para que faça uma discussão, como está sendo feita nesta Câmara de Vereadores sobre a previdência em nível do Município, para que não venham a encaminhar as questões em nível do IPE exclusivamente por representantes do Governo, ou seja, através de diretores só do Governo Olívio Dutra. Nós queremos a participação dos servidores, a exemplo do que está sendo discutido aqui através do Montepio ou da proposta da autarquia, os dirigentes serão os servidores municipários. No Governo do Estado, eles não oportunizam a representação dos servidores para dirigir os destinos da autarquia. É importante restabelecer a verdade. Hoje o IPE passa dificuldades pela incompetência do Governo Estadual que não cumpre a legislação, já que as receitas estão previstas na legislação atual, cabendo ao Tesouro do Estado cumprir com as suas obrigações. Os nossos servidores descontam 9% mensalmente dos seus salários, dos seus proventos, dos aposentados. Ver. Marcelo Danéris, convido V. Ex.ª para conhecer a realidade do IPE, para não ficar reproduzindo a cartilha do seu Partido que quer desinformar a população; é importante falar a verdade. Eu desafio, sim! É lamentável que não haja oportunidade de aparte, desafio para, num debate, na primeira oportunidade que houver, para colocarmos os dados efetivos, como demonstra claramente o balanço, publicado pelo Governo do Estado. Há um superávit na área de assistência médica, mas, em contrapartida, há atraso no pagamento dos médicos e hospitais. Por que isso ocorre já que os recursos estão previstos no balancete?

Portanto, Vereador, está feito o desafio. Vamos ao debate público, mas não vamos ficar com essas inverdades colocadas à população. Essa foi a causa maior da vitória do seu Governo no Piratini, com certeza a população não está mais sendo enganada e levará para o ano que vem a mudança efetiva desses rumos que está levando o Estado do Rio Grande do Sul, especialmente o IPE, uma autarquia que tem 70 anos, mas que teve uma história, sim, e que e este Governo está levando ao fracasso efetivo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, as emissoras de rádio e jornais deram muito destaque à demissão do responsável pela área de trânsito da Secretaria Municipal de Transportes, da EPTC, Sr. Fernando Lindner, embora tivessem noticiado ao mesmo tempo também a demissão da assessora jurídica da EPTC, Dr.ª Laura Emília. Do Sr. Fernando Lindner, eu continuo tendo dúvidas sobre os reais motivos da demissão, se apenas administrativos, se questões das políticas internas de tendências petistas, hoje em debate. Mas, eu quero resgatar...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu não lhe dei aparte, Ver. Adeli Sell. Mas eu quero resgatar muito especialmente o assunto referente à demissão da Dr.ª Laura Emília. Ninguém tocou no assunto; isso passou em branco. No entanto, Ver. João Antonio Dib, a informação que eu tenho é que na verdade a demissão da Dr.ª Laura Emília tem um caráter de gravidade superior. A informação que eu tenho é que a Dr.ª Laura Emília se negou a assinar um parecer jurídico acatando a pretensão da EPTC, de que o metrô de São Paulo venha fazer o projeto, venha dar assessoria para o metrô em Porto Alegre, na Linha 2. E como a EPTC quer porque quer que o metrô de São Paulo venha para cá, e a Dr.ª Emília entende que, juridicamente, não tenham base legal, sobretudo os contratos que o PT adora fazer dispensando licitação e ela foi demitida.

Acho que esta questão é da maior gravidade e não pode passar em branco. Eu a trago ao Plenário para conhecimento dos Srs. Vereadores, e quero dizer que quem fez pressão sobre a Dr.ª Laura Emília é um cidadão da assessoria do Secretário Bertotto, chamado Casper. Este é o responsável direto pela sugestão da demissão da Dr.ª Laura Emília. Com quem pretendo falar nos próximos dias. Vou tentar encontrar o seu telefone e pedir a possibilidade de confirmar esta situação, ou não.

Mas, entendo que este fato, de per si, justificaria um convite a que o Sr. Secretário Luiz Carlos Bertotto se fizesse presente a esta Casa para explicar, e para dar uma segunda explicação: por que, no lugar de Fernando Lindner, reconhecidamente um Engenheiro especializado na área de trânsito, foi nomeado um Farmacêutico, o Sr. Alexandre. Colocamos na EPTC um Farmacêutico para cuidar do trânsito de Porto Alegre? A não ser que o Farmacêutico tenha feito um curso também no PROPUR, ou na USP, ou em qualquer outra universidade, para cuidar do trânsito de Porto Alegre. Diz o Ver. Cláudio Sebenelo que é para fazer a desobstrução das artérias, mas então seria um Médico e não um Farmacêutico. Acho que esta situação da EPTC é muito complicada.

Hoje, quando conversava e recebia estas informações, preocupei-me em trazê-las para o Plenário, para que, inclusive, a liderança do PT possa, eventualmente, rebatê-las, ou ao contrário, apoiar o pedido que pretendo encaminhar, na segunda-feira, através de Requerimento, para que o Sr. Luiz Carlos Bertotto, Secretário da SMOV, seja convidado a estar presente nesta Casa.

É inadmissível - não a demissão, porque esta é simplesmente uma questão administrativa - que se substitua um técnico que, independente de qualquer coisa, teve o reconhecimento de todos nós, mesmo quando discordamos, e discordamos muitas vezes do Sr. Fernando Lindner, mas o respeitamos e ele sempre nos respeitou, mas colocar - com o perdão da pessoa que acredito não conhecer pessoalmente - alguém de formação em Farmácia para cuidar de trânsito em Porto Alegre, demitir uma assessoria jurídica porque ela não quer corroborar um contrato sem licitação, o que se esconde por trás disso? Vou aguardar as respostas da liderança do PT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra, para uma Comunicação de Líder pelo PL.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, quero fazer uso do tempo de Liderança do meu Partido, o Partido Liberal, no dia de hoje para falar de um assunto, sobre o qual muitos Vereadores já se ocuparam nesta tribuna: a segurança na Cidade de Porto Alegre.

Sr. Presidente, é um caos a situação em que se encontra a segurança na Cidade de Porto Alegre. Isso nos assusta. Nós temos sido procurados por muitas pessoas nas ruas, nas vilas, enfim, que reclamam e falam da insegurança em que estão vivendo no dia de hoje. É incrível, Sr. Presidente, vermos os comerciantes, os lojistas em pequenos, médios e até grandes comércios, trabalhando para conquistar ali o sustento da sua família, tendo que trabalhar atrás das grades com medo, mediante a insegurança ora estabelecida em nossa Cidade.

Eu venho aqui em nome, não só daqueles que me elegeram como Vereador, mas em nome de todo o povo gaúcho para que o Governo, através do seu Secretário de Segurança, tome providências e providências enérgicas, porque a situação da segurança já não é mais possível resolver por meio de um efeito paliativo. Tem de ser feito, Sr. Presidente, algo enérgico, porque a situação está de mal a pior. Pessoas que nos procuram, fatos que nós temos visto nos jornais e acompanhado pelo rádio e pela televisão demonstram que, como se não bastasse o desemprego, como se não bastasse o problema da saúde, também o problema da segurança tem tirado o sossego, tem tirado o sono do povo porto-alegrense. E esse povo exige, do Governo, exige do Secretário da Segurança, que venha a ser feito algo de imediato. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vamos verificar o quórum para a entrada no período da Ordem do Dia. Solicitamos que os terminais sejam liberados para que os Vereadores possam registrar as suas senhas.

O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder por parte do Partido dos Trabalhadores.

Só um minuto, Ver. Marcelo Danéris. Houve um probleminha agora, pois os Vereadores já haviam disponibilizado a senha e...

Vamos acertar com os Vereadores o seguinte: Fica muito difícil o controle do quórum neste momento. Com a palavra o Ver. Marcelo Danéris.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, o Ver. Antonio Augusto Bernd esteve nesta tribuna fazendo um desafio a este Vereador para fazermos um debate sobre o IPE. Eu quero dizer que não só por parte deste Vereador como, também, por parte do Partido dos Trabalhadores o desafio está aceito. Eu tenho certeza de que, a qualquer momento, nós poderemos realizar o debate sobre o IPE. Porque, em nenhum momento, este Vereador esteve nesta tribuna, quando da homenagem pelos 70 anos do IPE para ser desrespeitoso. Fiz uma análise histórica, não só do IPE, mas deste País e deste Estado, o que, creio, seja importante para compreendermos quais são as dificuldades de um instituto como o IPE.

Este País realizou e está realizando um processo neoliberal de desmonte do Estado Brasileiro: privatizações das empresas públicas, desmonte do parque industrial brasileiro, demissão de servidores, concentração de receita, pagamento de juros e repasse dessas receitas para as empresas privadas e, por conseqüência, a desresponsabilização do Governo Federal com as políticas públicas, sociais, ou seja, o atendimento à população.

Esse modelo foi implantado neste Estado durante quatro anos, por um Governo, o que nos antecedeu, exatamente nas mesmas linhas: desmonte do Estado; demissão dos servidores com o famoso PDV; venda do patrimônio público; desresponsabilização do Estado para com as políticas públicas e sociais; repasse do orçamento público para grandes multinacionais, empresas privadas em valores altos, mais de 200 milhões, alguns chegando até 600 milhões para um Estado que vive as dificuldades que o nosso Rio Grande do Sul vive.

Isso é um modelo de governo, um modelo econômico e o que fez esse modelo? Esse modelo pediu a extinção da COHAB, do IPE, vendeu a CRT, a CEEE, queria vender o Banrisul, a CORSAN, mas esse é um modelo que tem uma lógica. Havia um processo de demissão de servidores estaduais que continuaria se tivesse ocorrido a vitória do Governo anterior, do Governador Antônio Britto. Mas esse corte foi dado no Estado, porque um outro projeto assumiu, ainda incompreendido por muitos setores da oposição e isso a população gaúcha tem acompanhado, dada a intensidade do ódio, do rancor, do revanchismo feito por vários partidos na Assembléia Legislativa.

Estamos acompanhando, agora, a CPI da Segurança - que não é mais da Segurança, que virou CPI do PT - que perdeu o seu rumo, porque organiza farsas para tentar atacar o Partido dos Trabalhadores, no sentido de que ainda não assimilou o resultado das urnas de 1998. Esse outro projeto, democrático e popular, ele inverte a lógica do projeto neoliberal. É o Estado que, conjuntamente com a sociedade, com a participação popular, aplica e resgata o Estado do Rio Grande do Sul. Resgata a qualidade de seus serviços, resgata e recupera órgãos como o Banrisul, como o IPE, como a CORSAN, com muitos sacrifícios, é verdade, porque não podemos esquecer que eles sofreram um processo longo, histórico de desmonte, de dívidas, e o IPE é um desses casos. E o IPE poderia ter sido extinto exatamente com a possibilidade da vitória, na época, do candidato Britto.

É isso que é preciso ser compreendido pelos servidores. O esforço deste Governo, deste modelo e deste projeto, que vai na direção de quem quer recuperar o IPE e não extingui-lo. De quem quer manter os servidores e não demiti-los. E eu brinquei aqui com o Ver. Bernd que, em vencendo o Governo anterior, se ele se mantivesse aqui, além de ter sido extinto o IPE, os servidores poderiam estar jogados à própria sorte num PDV qualquer, que foi tantas vezes realizado pelo governo anterior. E mais, sequer uma conta no Banrisul poderiam ter, porque o Banrisul também poderia estar vendido neste momento, e que, hoje, cumpre um papel fundamental no resgate deste Estado e da nossa economia. E é por isto que aqui não tem apagão, é por isso que aqui não tem greve na segurança, é por isso que as empresas do Brasil todo estão vindo para cá, porque é um Estado que está a caminho da recuperação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, da próxima vez em que me convidarem para participar de uma reunião da Mesa e das lideranças, eu vou pensar dez vezes, porque tudo o que lá se combina aqui não se faz.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando encerrou a Sessão, na quarta-feira, eu fui diretamente ao meu gabinete, busquei a Lei Orgânica, mandei buscar a legislação federal e até as 18 horas de ontem, nós elaboramos um Parecer para ser analisado neste Plenário em razão das Emendas apresentadas. Mas, a mim, me parece que não querem resolver. A mim me parece que só querem obstaculizar. E eu tenho todas as restrições, não tenho mais paciência para ver o que aqui ocorre em matéria de Comunicação de Liderança. Ou se faz um Regimento cheio de artigos, só o 227 tem cinco: a, b, c, d. O que é isso, meu Deus do céu? Ora, pelo amor de Deus! Qual foi a Comunicação de Líder da maior importância aqui? Até vou abrir uma exceção ao Ver. Antonio Augusto Bernd, porque homenageou os 70 anos do IPE, e 70 anos não se faz todos os dias; o Ver. Antonio Hohlfeldt também colocou um fato aqui, que precisavam ser comunicadas à Casa: demissões estranhas, que devem ser analisadas pela Casa.

Os problemas de habitação devem ser tratados pela CPI da Habitação; os outros problemas que aqui ocorrem, batem e rebatem, e termina dando briga. Eu não entendo por que; nós precisamos é trabalhar. Não é possível continuar assim. Daqui há pouco só terão moções e as que aqui ocorrem são as coisas mais estranhas, nem sabem redigir uma moção. Há uma moção, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, de nº 121; essa não é votada, vamos votar a nº 197. A seqüência me faz pensar que há 76 outras entre elas; a do Ver. João Carlos Nedel e a que querem votar agora. Isso é um absurdo! Chega de moção; vamos ao trabalho! Ao trabalho! Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Registramos a presença do Deputado Federal Tilden Santiago, do PT de Minas Gerais, que é candidato à Presidência Nacional do Partido. Receba as saudações desta Casa, Deputado.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, o nosso Regimento, no art. 19, letra “o”, dispõe sobre as atribuições do Presidente da Câmara de Vereadores e diz: (Lê.): “São atribuições do Presidente, além das que estão expressas neste Regimento ou decorram da natureza de suas funções e prerrogativas, decidir sobre questões de ordem, e em caso omisso, o Regimento determina o registro das decisões para a solução de casos análogos e futuros”. O art. nº 194 dispõe, diz: (Lê.): “Cabe ao Presidente dirimir as dúvidas suscitadas em Questão de Ordem. Parágrafo primeiro: Em caso de discordância e com a decisão do Presidente, cabe ao autor da Questão de Ordem recursos ao Plenário, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça.”

Tive informações da minha Liderança de que a decisão do Presidente foi de não decidir, e que remeteria a matéria no que tange à questão da Emenda do referendum à Comissão de Constituição e Justiça. Está, de forma caracterizada, violentado o Regimento nesses dispositivos e suprimido um princípio democrático. O princípio recursal está sendo retirado, o que existe em Poder Legislativo, e em Poder Judiciário.

Por esse motivo, Senhor Presidente, eu peço, neste momento, que eu seja substituído pelo meu Líder, porque houve aqui uma violência ao direito, que eu, como bacharel, não posso aceitar. Solicito a minha substituição.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, é um direito que lhe assiste. Só que V. Ex.ª não participou da reunião. Foi acordado entre os líderes e V. Ex.ª deveria submeter-se à sua liderança.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Esta Questão de Ordem é no sentido de dizer que o acordo das lideranças, que ainda não foi transmitido para o Plenário pelo Presidente da Casa, mas da decisão do Presidente, que pode fazer o que quer, inclusive mandar para a Comissão de Justiça, cabe recurso também à própria Comissão de Justiça. É claro que o Presidente da Casa tem todo o direito, se assim o quiser, de se assessorar da Comissão de Justiça para saber o que quer.

Eu fico apalermado vendo a atitude do Ver. Juarez Pinheiro, que se retira do Plenário, abrindo mão de representar o seu público aqui para dar o seu voto e suas opiniões. É uma pena que o Vereador haja dessa forma.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Luiz Braz, daqui a pouco vamos entrar na Ordem do Dia e esta presidência vai solicitar aos demais Vereadores que esse assunto seja matéria de discussão.

Ver. Reginaldo Pujol, V. Ex.ª é Vereador antigo e sabe que todo o Vereador pode pedir uma Questão de Ordem se for uma Questão de Ordem. E esta presidência vai acolher ou não.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu ouvi da Liderança do PT, aqui, em uma Comunicação de Líder, algumas frases que deveriam ser até censuradas, porque elas vão atrapalhar a opinião pública. E a opinião pública tem de ser bem informada. As pessoas têm de ser bem informadas. Um Vereador, quando vem à tribuna não pode informar mal as pessoas que estão do outro lado, estão nos ouvindo, porque ele causa um desserviço à democracia.

Disse o Ver. Marcelo Danéris, aqui da tribuna: “...que em tempos de apagão ...” O que nós estamos vivendo, aqui, no País, não é por causa da competência dos administradores atuais que não estamos tendo apagão, ou que temos a energia necessária para mantermos as nossas luzes acesas e as nossas indústrias funcionando. Não é por causa dessa competência. Não podem vir aqui e mentir a esse ponto! Ora, 50%, mais ou menos, da energia que precisamos, aqui, entram de fora. Boa parte dessa energia vem de Itaipu. E o pior é o seguinte: a Hidroelétrica de Itaipu, que fornece parte da energia que é consumida pelo Rio Grande do Sul, em uma certa época - quando foi construída - recebia as maiores críticas do PT. E hoje é uma das fornecedoras da energia que nós temos aqui. E se pegarmos a Usinas de Itá, Machadinho, Dona Francisca, a Termoelétrica de Uruguaiana, vamos ver que todas essas obras elas tiveram articulação no Governo Brito e tiveram participação de capital privado, de empresas privadas.

Então eu vejo o PT vir para cá se adonar de tudo isso. E quando fala do IPE, eles tinham de vir aqui e dizerem como eles estão prometendo, agora, para os funcionários públicos municipais, cobrar 6% ou 4,75%, para manter a Previdência dos Municipários, quando no Estado também as promessas eram essas, na época em que eles queriam chegar ao Governo do Estado. E as pessoas acreditaram nessas promessas.

Só que agora o funcionário, se quiser ter Previdência, vai passar a descontar 17%! E quando se fala em Previdência do INSS - que eu não gosto também - vemos que estão descontando mais do que essa previdência que todos nós criticamos. Aqui, no Município de Porto Alegre eles querem implantar o seu modo de fazer a sua previdência. Por isso continuamos sendo contrários a essa forma preconizada pelo PT de se adonar do patrimônio que pertence aos municipários, e, depois de algum tempo, de dilapidar esse patrimônio, porque, afinal de contas, as principais emendas que os funcionários querem...

O meu amigo Darwin Ribas inclusive me apresentou, com muita boa-vontade, uma de suas emendas para que a previdência possa ser bem administrada, bem fiscalizada. Mas, Darwin, podes ter a certeza absoluta de que essas emendas eles não vão querer aprovar aqui! Eles vão querer aprovar aquela que é do Ver. Estilac Xavier para o art. 65, que entrega para a Secretaria da Administração todo o direito de fazer as alterações que quiser nos benefícios daqueles que vão-se aposentar. É essa a Emenda que eles querem! É essa a que eles apresentaram! E vão apresentar todas as outras que vão-lhes dar o direito de fazer, a ditadura que sempre fizeram!

O que nós temos no nosso Município? Uma ditadura! O que nos temos no Estado? Uma ditadura disfarçada através de uma carga muito grande de publicidade que vem enganando as pessoas, e de discursos como o do Ver. Marcelo Danéris, contando um monte de mentiras e iludindo as pessoas. Vamos parar de mentir! Essa é a única coisa que eu peço! Vamos parar de mentir para que a opinião pública possa realmente saber o que vai decidir, e, se Deus quiser, vamos trocar essa ditadura por uma democracia nas próximas eleições. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Esta Presidência informa que a solicitação do Ver. Juarez Pinheiro foi verbal, e até agora não chegou nenhuma comunicação oficial da Liderança do PT dizendo se vai substituir o Ver. Juarez Pinheiro ou não. Neste momento, ele, simplesmente, só se ausentou do Plenário.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Requeiro que comecemos os trabalhos apreciando o PDL nº 008/01, em virtude de ser um Projeto que se refere à viagem do Vice-Prefeito e tem um prazo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, há uma moção tramitando aqui, desde segunda-feira, sobre os depósitos judiciais. Essa matéria está marcada para ser votada na Assembléia Legislativa na terça-feira, dia 14. Portanto, ela deve ser apreciada hoje. Requeiro, então, que ela seja colocada para ser votada em segundo lugar, sendo submetida à apreciação depois do Projeto de licença para a viagem do Sr. Vice-Prefeito.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Conforme entendimento desta Presidência, nós apreciaremos, em primeiro lugar, o PDL nº 008/01 e depois voltaremos aos demais projetos novamente.

Em votação os Requerimentos de autoria da Ver.ª Helena Bonumá e do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS. Com os votos contrários dos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3185/01 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 008/01, de autoria da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Vice-Prefeito Municipal a ausentar-se do País, de 11 a 19 de agosto de 2001, para viajar à França e à Espanha.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o PDL nº 008/01. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos, aqui, para autorizar o Vice-Prefeito desta Cidade, o Sr. João Verle, a passar alguns dias na Espanha, participando, lá, como palestrante, do curso “Globalización, Poder Local e Democracia Supranacional”, a convite da Universidad Complutense de Madrid. Imaginem só, os senhores. A Ver.ª Maristela Maffei diz que é uma honra para Porto Alegre o nosso Vice-Prefeito ir até lá para fazer esta palestra.

Eu acredito que o Prefeito e o Vice-Prefeito do PT, sempre que assumirem, devam, ao invés do Diploma, como Prefeitos, receber um passaporte, porque eles ficam muito mais no exterior do que aqui na Cidade. Estas viagens seguidas são para nada, porque eles vão lá para nada fazer de bom para Porto Alegre. Nem o Dr. Tarso, quando viaja, nem o Dr. João Verle, quando viaja, trazem nada de bom para Porto Alegre. Nunca vi trazerem absolutamente nada do qual Porto Alegre pudesse-se beneficiar com estas viagens. Mas, assim mesmo, eu tenho votado favoravelmente às viagens do Dr. Tarso e do Dr. Verle por um motivo só, Ver. João Bosco Vaz, estes dois, pelo menos, apesar de serem também grandes turistas internacionais, mas eles, pelo menos, estão viajando sem ônus para Porto Alegre. Penso que as esquerdas estão com muito dinheiro, pois estão patrocinando adoidado, como todo mundo sabe, essas viagens todas, para que o comunismo se instale aqui na Cidade. Mas, no passado, o outro Prefeito, que também era viajante, o Dr. Raul Pont, este eu votava contra. Por quê? Porque acontece o seguinte, além de ele fazer o turismo internacional ele, ainda, fazia às custas dos cofres públicos. Ele sempre que viajou ou quase todas às vezes que viajou, foi por conta de Porto Alegre. Eu lembro até da Copa do Mundo, em 1998 - eu penso até que ele foi o “pé frio” - ele estava lá, com o dinheiro de Porto Alegre. Ele foi lá assistir a abertura da Copa do Mundo - não foi convidado por ninguém, mas foi lá - e não trouxe naquela viagem nada para Porto Alegre. Além de não trazer nada para Porto Alegre, fez outra coisa, ele fez uma viagem depois para fazer uma palestra - isto foi denunciado aqui pelo Ver. João Dib, eu lembro na época, pago por Porto Alegre - onde ele recebeu um cachê, para fazer a palestra. Se isto acontecesse com os nossos Governos, o que aconteceria, Ver. Sebastião Melo? Seriam tachados de corruptos. A pessoa seria colocada no cadafalso, seria executada, mas como era o Dr. Raul Pont. A Ver.ª Maristela Maffei, que também é técnica em turismo, faz muitas viagens, por isso, eu penso que ela apóia essas viagens do Prefeito. Sr. Presidente, ...

 

(Aparte anti-regimental das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Por gentileza, esta Presidência solicita aos Vereadores para não fazerem apartes anti-regimentais.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Não são nem os Vereadores. É que, muitas vezes, tem algum gaiato, enfiado no meio do público, que resolve fazer a sua piadinha, porque tem que justificar: “Eu vou lá; vou bater o ponto lá na Câmara” – ele tem de justificar para o Prefeito que ele esteve aqui – “Olha, Sr. Prefeito, eu estive lá e eu fiz lá o meu papel”, então ele vem aqui e faz as piadinhas dele. Mas eu quero dizer que, como é sem ônus para Porto Alegre, nós vamos votar favoravelmente. Graças a Deus não tem mais aquela prática do passado do Dr. Raul Pont, de viajar por conta de Porto Alegre, por conta dos cofres públicos, fazendo o seu turismo. Como o PT gosta muito de turismo, vamos favorecer a que eles viajem, e que possam, lá na Espanha, falar sobre a globalização, o Dr. João Verle é um especialista em globalização. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PDL nº 008/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou ser breve. Esta é a viagem do quadrimestre do Vice-Prefeito João Verle - não sei se é Prefeito hoje, eu nunca sei - para o exterior: abril, agosto, depois em dezembro. Já são 15 dias agora, tudo bem. Mas uma coisa só: não é sem ônus para o Município. Porque, no lugar do Secretário do Governo João Verle, Vice-Prefeito da Cidade, vai entrar outro Secretário do Governo; então, tem ônus. Em segundo lugar, eu creio que lá vão tratar das divergências, das diferentes equações petistas entre João Verle e Flávio Koutzii, e a coisa deve vir melhorada para o Rio Grande do Sul. Portanto, ao Prefeito ou Vice-Prefeito ou Secretário do Governo João Verle boa viagem, feliz retorno, saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar o PDL nº 008/01.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando um dos membros desta Casa viaja para fora de Porto Alegre parar tratar de assunto particular, nós somos e devemos ser automaticamente descontados naquela remuneração que faz parte do nosso mandato. Eu, até hoje, não fui informado e não sei se, quando o Prefeito viaja para fora do Município para tratar de assuntos que não os do Município, mas de interesses partidários, particulares, internacionais, ele também é descontado da sua remuneração, Ver. João Dib, tanto no principal quanto na sua verba de representação.

Quero comunicar aos Sr. Vereadores, especialmente ao Ver. Estilac Xavier na condição de Líder do PT - uma questão de respeito a S. Ex.ª – que a partir deste pedido, sempre que o Prefeito viajar para o exterior para cumprir funções que não sejam aquelas específicas da representação do Município, a Bancada do PSDB votará contra. E votará contra com base no artigo 92 da Lei Orgânica de Porto Alegre que é muito claro: (Lê.) “O Prefeito pode licenciar-se, fundamentalmente, para tirar férias, uma vez ao ano” - e, certamente, o Prefeito Tarso Genro não completou o período regulamentar de férias que lhe seriam devidas - “para tratamento de saúde ou a serviço público da cidade, com roteiro, devidamente, especificado, justificado e comprovado”. Ora, o Sr. João Verle, que já está substituindo o Sr. Tarso Genro que, por sua vez, já se encontra viajando também, vai à Espanha para participar de um Seminário sobre Globalização e vai à França para participar e de um Seminário da Democracia Radical, o que não tem nada que ver, evidentemente, com interesses da Cidade de Porto Alegre, muito menos do funcionalismo.

Entendo, Sr. Presidente, que esta Casa tem sido bondosa demais e, até diria omissa, em não fazer cumprir a outra parte da Lei Orgânica que diz que a todo o afastamento do Prefeito corresponde, quando da sua volta, a apresentação de um relatório, Ver. Luiz Braz. Não me consta que, jamais, o Prefeito Raul Pont, o Prefeito Tarso Genro e agora o Vice-Prefeito João Verle tenham apresentado qualquer relatório a esta Casa do que foi feito. E argumentar, por outro lado, de que o afastamento com ônus para quem convida, significa não haver despesa para cofre público, evidentemente não corresponde a verdade. Não corresponde a verdade por um problema muito simples: como a Cidade não pode ficar, formalmente, sem um mandatário, há uma cascata de substituições que chega até a esta Casa. Mas é evidente que a função de Presidente da Casa, com a sua verba de representação não é semelhante a função de Prefeito da Cidade. É evidente que um Vice-Presidente da Casa, ao assumir a função do Presidente, que estará assumindo a função do Prefeito estará, automaticamente, onerando a Câmara e, por conseqüência, os cofres públicos municipais, porque terá uma verba a mais, pelo menos naquele período em que estiver naquela função.

Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sempre que o Prefeito se afasta, gera despesa! E, se o afastamento não representar os interesses da Cidade, gera uma despesa absolutamente irregular porque é fora da sua função. Ninguém pretende que o Sr. Tarso Genro ou o Sr. João Verle não participem de congressos, de encontros, mas, talvez eles pudessem ter aprendido um pouco com o hoje Governador Olívio Dutra. O Governador Olívio Dutra fez isso, sobretudo, depois que deixou a Prefeitura de Porto Alegre, quando retornou ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Então, ele viajou à vontade, fez toda a representação política que queria fazer em nome do PT, mas não enquanto Prefeito, como fez o Sr. Raul Pont; não enquanto Prefeito como faz hoje o Sr. Tarso Genro e o Vice-Prefeito João Verle.

Poderia, ainda, Sr. Presidente e Srs. Vereadores levantar uma última questão, a questão da duplicidade de função: um Prefeito é Prefeito e não pode, ao mesmo tempo, fazer uma outra representação, no caso, partidária, porque publicamente é sempre Prefeito de Porto Alegre, mas não vai estar falando, necessariamente, aquilo que, como Prefeito de Porto Alegre, eu gostaria que ele falasse, inclusive no meu nome e daqueles que não votaram nele.

Eu encerro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, portanto, fazendo o encaminhamento, em nome da Bancada do PSDB será - a partir de hoje, em todas as ocasiões em que isso ocorrer - contrária à licença do Sr. Prefeito Municipal. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o PDL nº 008/01.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, talvez o tamanho de um homem, a sua estatura se meça pelo tamanho do seu espírito.

Quando falo isso, estou falando da idéia que se tem sobre uma cidade e qual é o papel de uma cidade no contexto nacional e internacional. Há aqueles que acham que uma cidade como a nossa - Capital de um Estado pujante como o nosso, com o povo que tem, com a aqui celebrada posição democrática do embate das idéias - há os que pensam e se satisfazem com isto, de que o Prefeito, o Vice-Prefeito e corpo dirigente de uma Instituição - como a Prefeitura da Capital de um Estado como o nosso – é apenas um síndico, que trata da água, do esgoto, varre a rua e assim está e deve ficar. Não é. Um dirigente de uma cidade, que quer estar à altura dos desafios que envolvem a internacionalização da cultura, a internacionalização do capital, a internacionalização do comércio tem que estar atento e colocar a sua cidade nesse nível.

Portanto, quando se tem dirigentes nessa estatura e que são convidados seguidamente, inclusive causando problemas para sua própria agenda, significa o reconhecimento de que a cidade escolheu dirigentes com estatura em nível internacional para debater em qualquer fórum e qualquer instância e não paroquial.

Esta é a agenda que Porto Alegre está colocada. Deveria orgulhar esta Casa, quando o Prefeito é convidado para ir ao México, aos Estados Unidos, à França, à Alemanha, à Paris, à África, para falar da sua Cidade. Há divergências políticas? Evidente que existem. Agora, uma coisa não poderia haver, é a pequenez de espírito que dá, talvez, a altura política de determinadas colocações, quando o Prefeito é chamado e é colocado em evidência e, colocando em evidência a nossa Cidade.

Quando o Presidente Fernando Henrique Cardoso viaja, independente da comitiva que ele leva, de duzentos, trezentos homens, ele o faz representando o Brasil. Se o faz trazendo para cá benefícios, deve ir, deve prestar conta, mas não fazer como fazem determinados ministros que tiveram que ser afastados, que usavam os jatos, para fazer viagens até onde? Fernando de Noronha. Não! quando aqui estamos nos licenciando, viemos frente a este órgão legislativo para pedir a autorização. E o Prefeito foi, e foi autorizado, e o Vice-Prefeito está indo, está indo para participar do quê? De um convite pessoal feito como Vice-Prefeito da Cidade de Porto Alegre e que nos honra muito, porque vai lá falar sobre um sistema de organização de como se faz a gestão pública dos recursos de Porto Alegre, que passa a ser um exemplo para todo o País e para vários países. Não vai só falar o Vice-Prefeito sobre as questões da democracia, da gestão pública e da transparência dos recursos, vai lá se encontrar, também, com a Sra. Ana Strade, que é responsável pelo sistema de água de Paris; vai se encontrar com o Sr. Pierri Mansat que é responsável pelo sistema de água e abastecimento de Ille de France, que interessa muito a nossa Cidade, porque agora estamos nos vendo com que? Com o Projeto nº 4147, que pode significar a privatização de água e esgoto em todo o País. Isso interessa ou não interessa a nossa Cidade? Claro que interessa. E ele vai sem ônus, porque vai ser pago pelas entidades que o convidaram.

Sr. Presidente, quero dizer a V. Ex.ª o seguinte: a oposição às idéias não pode obscurecer a racionalidade, quando se confrontam a fatos, como mera retórica política, que visa desgastar, que visa tentar acumular sobre aspectos negativos da realidade e muito pouco se tem ganho com isso. Aliás, a Cidade de Porto Alegre é um exemplo típico disso. Há pouco foi colocado, aqui, o caso da nossa companheira, a nobre Ver.ª Maristela Maffei, que fez uma única viagem de representação desta Casa, aprovado por esta Casa, como se fosse um ato absolutamente sem controle, e não é. Então, temos que resgatar isso, porque as pessoas que estão nos assistindo, através do Canal 16, têm que saber com clareza o que acontece aqui. Os fatos não podem ser isolados, e o Prefeito e o Vice-Prefeito podem e devem viajar e devem prestar contas disso, é preciso ser autorizado e é isso que tem sido feito.

Para concluir, Sr. Presidente, sei que todos os Srs. Vereadores, os nobres colegas que tenho nesta Casa, são homens de estatura e estão à altura do seu espírito.

Portanto, a minha Bancada está encaminhando favorável à viagem do Vice-Prefeito, sem ônus, para o bem da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para encaminhar o PDL nº 008/01.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, senhores que nos distinguem com suas presenças, nesta tarde de sexta-feira, dia 10 de agosto. O Vereador Líder do PT tem, muitas vezes, argumentado com uma lógica bastante plausível e, inclusive, merece todo o nosso respeito. Só que a sua argumentação neste meio de tarde, não foi consistente. No nosso modesto entendimento. S. Ex.ª apenas quis enveredar para o caminho de que há que se ter a visão do Partido dos Trabalhadores e que a sua Administração tem, a respeito da representatividade ou não, de uma viagem ou da saída do Município.

Ora, o que está acontecendo - falo em nome da Bancada do PDT, ou pelo menos pela sua maioria - nós estamos começando a ficar preocupados com o número de viagens. Na Legislatura passada, nós sempre encaminhamos favoravelmente às viagens do Prefeito Raul Pont, mas a atual Administração tem nos surpreendido de maneira avassaladora pelos números. A matemática não falha. De sete meses, oito meses, de Administração não completados, quase 1/3, ou seja, dois meses foram de viagens. Ausências do Sr. Prefeito, muitas vezes justificadas, como disse o Vereador que falou antes mim. É evidente que, muitas vezes, tem que se deslocar para buscar questões em Brasília pertinentes, e até alguma viagem de representatividade, mas há um gritante exagero nessa situação. É uma questão de visão política, porque não se justifica a aceitação de todos os convites. Nós recebemos convites também; no mês passado, eu recebi um convite com uma pauta muito interessante sobre problemas de água e esgoto de um congresso em Miami. Eu poderia ter requerido à Câmara, se todos os convites tivessem que ser atendidos, mas isso custa dinheiro, há ônus.

O Líder do PT disse que não há ônus, mas o Ver. João Antonio Dib disse que há ônus de forma indireta. Há substituição para cá, para lá, tem de haver quem responda pela vaga aberta, e por aí vai. Aliás, o que está ficando ruim - acho que o PT deveria preocupar-se - é que ele sempre quis se destacar como fora dos Partidos tradicionais até na maneira de administrar. Vejam, por exemplo, falando-se em viagem, a questão do helicóptero. O que observei ontem nos jornais? Como foi justificado um contrato de helicóptero para a Casa Civil, além do helicóptero do Governador? O que se tentou fazer? Não o discurso inicial que nós admirávamos, do Sr. Olívio Dutra, na sua modéstia, inclusive no exagero do uso de helicóptero do Sr. Antonio Britto no final de seu governo. Ontem, o que fez o PT nos jornais? O Partido quis justificar um erro, praticando outro erro, mas não se justifica um erro através de outro. Colocaram que o Sr. Britto gastou “tanto” com helicópteros em contratos, mas isso não justifica que o PT quebre um dos seus fundamentos, que é exatamente a sua maneira comedida de Administração. Não precisa de helicóptero, é claro que o deslocamento é mais rápido, mas isso mostra que ele está fazendo, embora mais parcimonioso, exatamente aquilo que criticava no outro.

E hoje está no jornal Correio do Povo uma coisa grave que teria dito o Ver. José Fortunati em relação a que tem de obedecer ao chefe. Eu não entendi. É grave! Não foi desmentido até agora! Então, estou sentindo que coisas, como denúncia de uso de poder para beneficiar o Sr. Dirceu, em nível nacional, demonstram que o PT empolgou-se, um pouco, com o poder.

Nós, do PDT, pensamos que há exagero nessas viagens, e que a Câmara tem o direito, sim - ao contrário do que pensa o Líder do PT - de, em nome da população, questionar. Não somos contra a viagem em si, mas contra o exagero das viagens. Portanto, está aberta a questão. Eu vou votar contrário à viagem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o PDL nº 008/01.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Agradeço a homenagem daqueles que ao dizerem "Vereador Federal", reconhecem que este Vereador, além de tratar as questões da Cidade, diuturnamente - como os problemas da moradia e da saúde - tem a capacidade também de denunciar esse Governo Federal, que leva o Brasil para a barbárie e para a sua liquidação enquanto Nação.

Entrando no encaminhamento desta questão, quero dizer que esta discussão me causa perplexidade. Um Vereador que há pouco veio aqui e disse que não se deveria usar a Liderança para coisas supérfluas; mas veio aqui para usar da palavra e simplesmente criticar o governo por uma viagem que ele vai apoiar. E foi o que fez a imensa maioria. Usaram da Liderança, usaram o tempo desta Casa para criticar o governo, mas vão apoiar. Isso é usar da Liderança e do encaminhamento somente para a crítica política ao governo.

Outra perplexidade: o Prefeito e o Vice-Prefeito desta nossa Cidade são convidados por diversos países, diversos governos. E certamente os governos, os países é que estão errados... São convidados por personalidades mundiais, por universidades, por organismos internacionais; mas são estas personalidades que estão erradas... O povo de Porto Alegre elege uma vez, reelege duas vezes, reelege três vezes, reelege quatro vezes esta administração; e certamente é o povo que está errado. São os "soldadinhos do passo certo." São eles que, contra o povo de Porto Alegre, contra as personalidades mundiais, estão certos. É a velha história do “soldadinho do passo certo”. É bom que a população de Porto Alegre veja isto.

Vejam bem: a viagem do Prefeito, do Vice-Prefeito, é prestígio para Porto Alegre, é prestígio para a Prefeitura, que hoje é dirigida pela Frente Popular.

Existem países, existem cidades, que pagam milhões para poder sediar um congresso; pagam milhões para sediar uma copa do mundo; pagam milhões para sediar uma olimpíada, porque sabem que isto dá visibilidade e que isto prestigia e ajuda as suas cidades, os seus países. Mas, aqui temos um grupo de Vereadores que é contra que Porto Alegre seja prestigiada em todo mundo. Por que Porto Alegre foi escolhida para sediar o 1º Fórum Social Mundial e para sediar também o 2º Fórum? Porque é uma referência nacional e internacional, que a própria ONU reconhece.

Então, acordem Srs. Vereadores que têm esta posição retrógrada! O mundo está aí e Porto Alegre escancara as suas portas e envia as suas lideranças para que, cada vez mais, esta realidade seja conhecida. Usando uma linguagem esportiva, Ver. João Bosco Vaz, parece-me aquele time tacanho em que o seu craque é convocado para a seleção nacional, e este time tacanho, incapaz de compreender a valorização da sua equipe por ter um jogador convocado, a valorização do seu jogador, é contra, protesta porque o "Felipão" convocou o seu jogador. Parece uma piada!

Quero concluir, dizendo que a Bancada do PC do B encaminha favoravelmente, e procura alertar a estes Vereadores que aqui vieram se manifestar contra, mas que, no fundo, no fundo, sabem da importância dessas viagens, e votarão junto com a Bancada do PC do B, favoravelmente. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Antonio Augusto Bernd está com a palavra para encaminhar o PDL nº 008/01.

 

O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Senhoras e Srs. Vereadores, como Vereador Suplente da Bancada do PMDB, estando eventualmente ocupando esta tribuna, das cinco sessões que estive presente, pelo menos em três sessões passou para ser votado autorização de viagem ao Prefeito ou ao Vice-Prefeito.

Numa dessas oportunidades, inclusive nesta tribuna, dizia que havia uma semelhança muito grande entre o Prefeito Tarso Genro e o Presidente da República Fernando Henrique Cardoso em relação a viagens. Agora vejo, em função das manifestações dos Vereadores, que não é uma coincidência nesses três dias que eu estive aqui, mas que é permanentemente uma prática do atual Prefeito e Vice-Prefeito viajarem.

Por isso, gostaríamos de dizer que no discurso o PT tem um tipo de encaminhamento diferenciado ao Governo Fernando Henrique Cardoso, mas, no entanto, tem uma prática muito semelhante, como há, efetivamente, em relação ao arrocho salarial, praticado pelo Governo Federal aos servidores federais e também pelo Governo Estadual Olívio Dutra em relação aos servidores estaduais. O PT encaminha uma ADIN para exigir a revisão anual dos salários, que foi deferida em nível federal, mas aqui no Estado do Rio Grande do Sul há outra prática.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Eu solicito que os Srs. Vereadores, líderes das Bancadas, venham, frente a esta mesa, para uma rápida reunião.

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Volto a insistir, Srs. Vereadores, esta Presidência, solicita uma reunião com os Líderes de Bancadas.

Vereador Bernd, eu lhe asseguro a palavra, mas vou fazer nova convocação.

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Atenção, este Vereador, convoca os Líderes de Bancadas a se dirigirem à Presidência, por gentileza! Todos os Líderes aqui presentes. Por gentileza, Srs. Líderes, aqui na Presidência! Vereadores Antonio Hohlfeldt, Reginaldo Pujol, Estilac Xavier, João Antonio Dib, Nereu D’Avila, Raul Carrion, Valdir Caetano e Cassiá Carpes, Vereadores Líderes das diversas Bancadas, por gentileza, uma reunião rápida com esta Presidência!

Estamos convidando e convocando todos os Líderes de Partidos. Gostaríamos que todos comparecessem.

Estão interrompidos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 13h38min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia - às 13h42min): Reiniciamos os trabalhos interrompidos de uma forma não muito usual, pois interrompemos com Vereador na tribuna.

O Ver. Antonio Augusto Bernd está com a palavra para discutir o PDL nº 008/01.

 

O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como eu dizia enquanto o PT critica ações do Governo Federal, aqui, no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, tem uma outra prática, justamente aquilo que critica faz aqui, da mesma forma, como são essas viagens do Prefeito e do Vice-Prefeito.

Como também eu dizia, exigia do Governo Federal o cumprimento da Constituição que determina a revisão anual do salário dos servidores federais e que teve ganho de causa no Supremo. No entanto, aqui no Estado do Rio Grande do Sul, pratica o maior arrocho salarial da história do funcionalismo público estadual. Os servidores do IPE, por exemplo, há dois anos e meio, passados desse Governo, sem nenhum centavo de reajuste.

Por isso, nós queremos denunciar, da tribuna, que o Governo do PT tem um discurso quando é Governo, mas quando é oposição tem outro tipo de postura. Daí a nossa denúncia, neste momento, e o nosso repúdio a esse tipo de postura, de prática, especialmente essas viagens que eventualmente não tem a justificativa e que foi colocada pela maioria dos líderes dos Partidos. Sem falar, também, no que já foi dito de que eu, em outras oportunidades, já apoiei as viagens do Prefeito e do Vice-Prefeito, mas como também já dito pelo Ver. Raul Carrion, critico e votei a favor, mas, hoje estou criticando e votarei contra, justamente por essa postura. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PDL nº 008/01.

Solicito ao Ver. Fernando Záchia que assuma a Presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Encerrada a votação.

 

O SR. ESTILAC XAVIER (Requerimento): Sr. Presidente, com base no Regimento, eu peço para segunda-feira a Renovação de Votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Primeiramente, Ver. Estilac Xavier, apregoamos o resultado para que V. Ex.ª possa efetivar esse Requerimento. Por 15 votos NÃO e 14 votos SIM, num total de vinte e nove Vereadores que votaram, foi REJEITADO o Requerimento de solicitação da viagem do Vice-Prefeito João Verle.

Apregôo Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, referente à Licença para Tratar de Interesses Particulares, encontrando-se, portanto, impossibilitado de assumir a titularidade nesta Câmara, no dia 10 de agosto de 2001.

Em votação o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que concordam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. José Fortunati.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Esclarecimento): Sr. Presidente, poderia V. Ex.ª repetir, por favor, o teor do Requerimento?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): (Lê o teor do Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.)

Em votação o Requerimento nº 195/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo. Moção de Repúdio ao Projeto de Lei nº 053/01, em tramitação na Assembléia legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, que institucionaliza a remuneração do depósitos judiciais em favor do Poder Judiciário e do Poder Executivo. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na segunda-feira eu protocolei este Requerimento e, por acordo de lideranças, ele vem a debate hoje, porque esta matéria que estamos discutindo será votada, segundo a previsão do acordo de lideranças, no dia 14, na Assembléia Legislativa.

Ontem à tarde nós tivemos aqui uma bela Sessão Solene em homenagem aos advogados gaúchos, e de certa forma, Ver. Reginaldo Pujol, esta matéria foi aqui discutida pelo Presidente da Ordem, por este Vereador, e por alguns outros Vereadores que também enfrentaram esta matéria. Nós queremos dizer, em primeiro lugar, que os advogados gaúchos – e esta Casa tem muitos advogados – e a sua entidade de representação, sempre foram os maiores defensores do reaparelhamento do Judiciário, porque um Judiciário que não esteja à altura para atender as demandas populares, conseqüentemente, não pode prestar um bom serviço jurisdicional, ou seja, a prestação da justiça ao cidadão. Esse Projeto de Lei, que tramita na Assembléia Legislativa, está eivado de inconstitucionalidades e, para nós, também, peca no campo ético, porque, historicamente, os depósitos judiciais, que hoje, no Rio Grande do Sul, giram em torno de 800 milhões de reais, alguns dizem que são 600, outros, que são 700 milhões de reais, quando V. Ex.ª Ver. Antonio Augusto, demanda na justiça, e por alguma questão, o juiz determina esse depósito, esse depósito judicial é feito e é corrigido pela caderneta de poupança. Não existe nenhuma lei sobre isso, nenhuma legislação, mas, historicamente, tem sido feito assim. Mas não há nenhuma lei que diga que não possa ser diferente.

O que quer fazer o Tribunal de Justiça? Quer unificar esses depósitos no BANRISUL, e aplicar esse dinheiro, que não é dele, que é das partes. Essa diferença de spread entre a poupança e o valor que ele vai aplicar no mercado financeiro, no final do mês fica para o Judiciário. Entendemos que isso fere, fundamentalmente, o princípio constitucional do direito da propriedade, por quê? Porque o acessório tem que seguir o principal; se o dinheiro é do cidadão, o rendimento que advém desse empréstimo, desse depósito, deve ser do cidadão. Agora, a OAB não pode ser contra e não apresentar alternativas. Nós já apresentamos uma alternativa, Ver. Humberto Goulart e Ver. Isaac Ainhorn: os bancos oficiais façam leilão, Ver. Nereu D'Avila, e digam quem vai pagar mais pelo dinheiro das partes. Agora, o que não pode é o Judiciário pegar o dinheiro da parte, pagar a caderneta de poupança e depois ficar com a diferença do dinheiro. Isso não é nem legal, nem moral, porque alguém há de pensar e o judiciário do Rio Grande do Sul tem referência nacional e internacional pela sua retidão, pela sua postura, pela sua transparência.

Mas temos que lembrar que milhares de causas, Ver. Antônio Augusto, que tramitam no Poder Judiciário, referem-se a bancos. E alguém há de perguntar, mas quem gere o dinheiro não pode atrasar um alvará, para que esse dinheiro renda mais para o Judiciário? Será que o Poder Judiciário, que é um poder que é a última instância para dirimir os conflitos da sociedade em um processo democrático, ele pode ser um poder que gere esse dinheiro, que passe a administrar, não a sua função precípua que é a prestação jurisdicional. Nós queremos ser parceiros para encontrar uma solução para melhorar o orçamento do Judiciário, que é histórico, que são dos governos que vem ao longo de um tempo, e, que, inclusive é deste governo, Ver. João Bosco Vaz.

Veja que no Orçamento do Estado o Judiciário tem tido enormes dificuldades para convencer o Executivo, a Assembléia Legislativa votou e o Executivo vetou e não é cumprida a sua parte. Agora, o que não é correto, na nossa avaliação, Ver. Haroldo de Souza, é que o dinheiro das partes, que é dinheiro das partes, seja colocado para rendimentos, para especulação financeira e, conseqüentemente, para dar o rendimento para o Judiciário. Esse projeto original previa, em um primeiro momento, que todos os depósitos fossem administrados pelo Judiciário. Em um segundo momento, houve uma Mensagem Retificativa que estabeleceu que aqueles depósitos referentes às discussões dos créditos ao ICMF, ou seja, dos créditos tributários, esse iria agora - pelo Projeto que atualmente tramita na Assembléia, com essa modificação - para caixa única e só ficaria com o Judiciário aquilo que é depósito entre as partes.

Portanto, nós queremos submeter esta Moção, que não é de repúdio, mas contrária. E queremos remeter aos Srs. Deputados, que representam o povo do Rio Grande do Sul.

A OAB, ao longo da sua história, na ditadura, no estado democrático de direito, sempre ponteou a defesa da cidadania. E a OAB não está fazendo isso para defender interesses corporativos; ela está fazendo isso para defender o cidadão. E, por isso, queremos que esta Moção receba aprovação desta Câmara para ser remetida aos Deputados da Assembléia Legislativa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal o Requerimento nº 195/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) (Após a apuração.) APROVADO por 14 votos SIM e 10 votos NÃO.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Comunico aos Vereadores integrantes da Comissão Externa que irão visitar o Abrigo Municipal Ingá-Britta, que nós sairemos às 14h15min, para dar tempo de concluirmos os nossos trabalhos.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Eu deixo de cumprir a representação externa, se deliberado por V. Ex.ª por razões óbvias.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Porque estamos trabalhando, é desnecessário esclarecimento, mas sempre é oportuno.

Convocamos o Vice-Presidente da Comissão de Constituição e Justiça para assumir, na interrupção, para que seja convocada a Comissão Conjunta que vai apreciar o Parecer do Ver. João Antonio Dib a respeito das emendas de lideranças do PLE nº 001/01. Na ausência do Ver. Elói Guimarães, está convocado o Ver. Estilac Xavier.

 

 O SR. ESTILAC XAVIER (Questão de Ordem): Sr. Presidente, antes do encaminhamento, eu gostaria de uma informação dessa Presidência. A Sessão Ordinária encerra a que horas?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Foi interrompida naquele momento das reuniões do Colégio de Liderança.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Ela tem prazo normal até que horas?

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vamos esclarecer exatamente sobre o tempo de interrupção. Até as 14h48min. Como estamos no período da Ordem do Dia, a Sessão poderá ser prorrogada por mais 2 horas.

Solicito que V. Ex.ª, devidamente esclarecido, possa assumir a presidência das Comissões Conjuntas, para apreciar Parecer do nobre Ver. João Antonio Dib. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 15h13min): Estão reabertos os trabalhos. Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão Ordinária.

 

(Encerram-se os trabalhos às 15h14min.)

 

* * * * *